sexta-feira, 2 de agosto de 2013

O cristão não deve agir como Pilatos...

Em artigo publicado sob o título acima, na edição do último dia 26 de julho do “Diário Oficial do Estado” e também em jornais de Ribeirão Preto e  região, fiz as seguintes reflexões sobre o papel de vanguarda assumido pelo papa Francisco na liderança da Igreja Católica Apostólica Romana:

"A semana vivida pelo Papa Francisco no Brasil representou um verdadeiro marco  para o catolicismo pela clareza, firmeza e cordialidade do sumo pontífice em todos os seus contatos com os brasileiros de todas as idades. É, realmente, o Papa de um novo tempo para a Igreja, de uma Igreja mais engajada socialmente e mais identificada com os problemas do mundo atual.
Se já admirava o Papa pelo seus exemplos de vida, pela simplicidade que marca o início do seu papado, passei a admirá-lo mais ainda quando o vi concedendo uma entrevista na qual conceitua o papel do cristão como elemento transformador da própria sociedade na qual está inserido. Indagado, nessa entrevista, por alunos de escolas jesuítas sobre o papel político do cristão, assim Francisco conceituou-o:
“Envolver-se na política é uma obrigação para um cristão. Nós, os cristão, não podemos fazer de Pilatos e lavar as mãos, não podemos! Temos de nos meter na política, porque a política é uma das formas mais altas de caridade, porque busca o bem comum. Os leigos cristão devem trabalhar na política.”
Sobre a sujeira na política, Francisco afirmou e questionou: "A política está muito suja, mas eu pergunto: “está suja por que?”
E respondeu com outra indagação: “porque os cristãos não se meteram nela com espírito evangélico? É a pergunta que eu faço. É fácil dizer que a culpa é dos outros... Mas eu, o que eu faço? Isto é um dever! Trabalhar para o bem comum é um dever do cristão.”
Não é uma beleza a afirmativa: “trabalhar para o bem comum é um dever do cristão”?
Percebo, assim, uma identidade entre o pensamento papal e a filosofia que venho adotando e preconizando desde o início da minha militância política: o bom não pode se omitir  porque é a omissão do bom que favorece a ascensão do mau.
O cristão não pode, pois, agir como Pilatos e lavar as mãos diante das injustiças e dos desmandos, sejam eles quais forem e venham de onde vierem. O cristão deve, sim, intervir e agir construtivamente no sentido de ensejar a criação do mundo melhor ao qual fazem jus todos os habitantes deste planeta.

As lições de Francisco, as intenções de Francisco, entendo,  não podem se perderem ou permanecerem apenas como intenções; devem, sim, serem aplicadas com fervor militante pelo verdadeiro cristão que deve, sempre, buscar o melhor no outro dando o melhor de si...”

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