Welson
Gasparini
Usei a tribuna da ALESP, recentemente, para
defender a volta, nas nossas escolas, da disciplina da Educação Moral e Cívica.
É de grande importância, entendo, levarmos aos jovens brasileiros a importância
de valores morais e éticos a conduzi-los em todos os momentos de suas vidas.
A propósito desses valores li uma notícia que me
causou grande emoção: um professor brasileiro, fazendo intercâmbio na Europa,
entrou numa estação de metrô em Estocolmo, capital sueca e notou, nessa
estação, a existência de muitas catracas normais e comuns; notou, porém, entre
essas, uma destinada a passagem grátis; quem por ela passava, nada pagava. Curioso,
esse professor questionou a vendedora de bilhetes indagando-lhe porque aquela
catraca ficava permanentemente liberada e sem nenhuma segurança por perto. E
ela lhe explicou: aquela catraca era
destinada às pessoas que, por qualquer motivo, não tivessem dinheiro para
comprar o bilhete para a viagem do metrô. E o professor brasileiro perguntou:
“e se a pessoa tiver dinheiro e simplesmente não quiser pagar?” E ela
respondeu-lhe, singelamente: “mas por que essa pessoa faria isso?”
Isso dá um exemplo real de como são os conceitos
éticos e morais num país efetivamente civilizado. Ali na Suécia, em Estocolmo,
existe uma catraca livre e todas as outras pagas; essa livre é para quem, por
qualquer motivo, não pode pagar a viagem no metrô. Então, eu pergunto: se no Brasil usássemos esse mesmo sistema
seriam poucas ou muitas as pessoas a burlarem a passagem no metrô optando pela catraca
livre se ninguém estivesse fiscalizando, inspecionando?
É uma questão, claro, de foro íntimo: se a
pessoa tem moral, ética, princípios religiosos, ela não praticará um ato
imoral, um ato ilegal porque ela tem um fiscal dentro de si: sua própria
consciência!
Isso, infelizmente, hoje está faltando. Estamos
criando uma geração - com exceções, é claro - sem uma conduta correta e, em
todos os momentos, acontecem fatos a nos deixarem profundamente preocupados com
a violência e a corrupção.
A minha Ribeirão Preto, para se ter uma ideia de
como está a violência, a desonestidade, há poucos dias houve mais uma invasão
do prédio do Conselho Tutelar, no bairro da Vila Virgínia; só neste ano, aquele
prédio já foi invadido seis vezes. Nos postos de saúde, nas escolas, somente
neste ano, 21 prédios públicos foram alvos de criminosos, causando grandes
prejuízos.
Onde está o discernimento dessas pessoas? A
consciência do certo e do errado? Nas famílias muitos pais - ocupados na luta
diuturna pela sobrevivência - chegam em
casa cansados e não têm tempo para transmitir valores morais, éticos e
espirituais aos seus filhos. Também muitas igrejas negligenciam esse papel e muitos brasileiros sequer vão a
alguma igreja.
Nas escolas, mal e mal, ensina-se o português, a
matemática e outras matérias, mas falta a educação moral e cívica. Diante disto
criamos uma geração comprometida com uma lei diferente, a lei vigorante no
Brasil de hoje: a de levar vantagem em tudo, custe o quanto custar.
Por isso, apelei ao governador Geraldo Alckmin
para conversar com o secretário da Educação visando colocar novamente, nas escolas
estaduais, o ensino de moral e de civismo para podermos reparar essa falha
pedagógica e dar, aos jovens estudantes, noções essenciais de patriotismo
orientando-os a procedimentos corretos no seu dia a dia.