Com a morte de Divo Marino, ocorrida no último
dia 18, Ribeirão Preto perdeu uma de suas mais importantes referências culturais; eu
perdi o meu eterno professor e um grande amigo. Aprendi muito com o Divo, desde
quando fui seu aluno no curso normal do “Otoniel Mota” e, confesso, ainda tinha
muito para aprender. Divo era um vocacionado para o magistério e para tudo o
mais a que se dedicava porquanto dotado de talentos múltiplos: escritor, caricaturista,
pintor, desenhista, advogado, jornalista etc. Nada mais oportuno, acredito, do
que homenageá-lo – como pretendo fazer quando do término do atual recesso
parlamentar da ALESP - dando a uma escola estadual em Ribeirão Preto a
denominação de “Professor Divo Marino” pois, essencialmente, apesar de seus
méritos como advogado, escritor, jornalista, pintor e caricaturista - sempre foi um educador.
Nascido em 31 de agosto de 1925, em São Carlos
(SP), Divo graduou-se como professor em 1944, na sua cidade natal, e trabalhou
em diversas cidades do interior e litoral paulista. Chegou a Ribeirão em 1949,
aos 23 anos, para assumir a cadeira de Desenho Pedagógico no curso Normal da
escola Otoniel Mota. Lá, ficou por 32 anos, como professor e diretor. E, em
Ribeirão Preto, viveu 67 dos seus 90 anos tão bem vividos!!!
Dedicado aos livros, à pintura e à família
(verdadeiro ídolo da esposa Anice, das filhas Carla e Alena, dos netos e dos
genros José Elias e Wallace) Divo viveu grandes alegrias em 2015, inclusive
sendo o escritor local homenageado pela Feira do Livro de Ribeirão Preto. Tive
oportunidade, aliás, de participar do relançamento da sua obra mais famosa,
premiada pela Academia Brasileira de Letras “O Populismo Radiofônico em
Ribeirão Preto”, um importante relato e uma análise do papel do rádio na
história da comunicação de Ribeirão Preto; lançado, originalmente, em 1975 e
relançado, 40 anos depois, num dos eventos mais importantes do primeiro dia da
Feira do Livro de Ribeirão Preto teve a
solenidade de relançamento marcada por um debate com a sua participação,
a minha e a dos jornalistas André Luiz
Rezende e Antonio Carlos Morandini.
A morte de Divo representa uma grande perda não
apenas para Ribeirão Preto, seus amigos, seus familiares e seus admiradores
mais para a própria cultura brasileira da qual se tornou, por méritos próprios,
um expoente.