Welson
Gasparini
A sabedoria popular há muito adota o princípio
de que é melhor prevenir do que remediar, mas eu, sem desrespeitá-la, ouso ir
além, adequando-a ao momento atual: “é melhor prevenir PARA não ter de REMEDIAR”.
Dentro desse espírito enviei ofícios à secretária estadual do Meio Ambiente, Patrícia
Faga Iglecias Lemos e ao Secretário Estadual de Energia, João Carlos Meirelles,
solicitando informações sobre as barragens localizadas no Estado de SP, bem
como esclarecimentos sobre como é realizada a fiscalização das mesmas. Entendo
como de extrema importância avaliarmos
a situação atual dessas barragens, tendo em vista os incalculáveis e
irreversíveis danos causados tanto ao meio ambiente, quanto à população de
Mariana pelo recente rompimento de barragem da empresa Samarco. Como aquela
tragédia ocorreu por falta de cuidados com a manutenção da barragem o mais
sensato é aprendermos a lição alheia para não fracassarmos na missão de
proteger vidas e também o meio ambiente paulista.
Fico feliz ao tomar conhecimento que
providências concretas para evitar a ocorrência, em São Paulo,
de acidente lamentável como o ocorrido em Mariana estão sendo adotadas e
as 21 barragens de rejeitos de mineração localizadas em nosso Estado deverão, a
partir de fevereiro de 2016, seguir
novas recomendações que começaram a ser traçadas no último dia 9 por um grupo de trabalho da Secretaria de Estado
de Energia e Minas, lançado em parceria com o Departamento Nacional de Produção
Mineral (DNPM) e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Essas recomendações, pelo que me foi informado, incluirão
a adequação das estruturas, adoção de novas tecnologias e a mitigação de riscos
conforme as leis vigentes. Embora tenha sido lançado após o rompimento da
barragem da Samarco em Mariana, que destruiu três distritos, provocou a morte
de 15 pessoas e o desaparecimento de outras quatro, a secretaria estadual de
Energia e Minas esclareceu-me: a elaboração desse grupo já vinha sendo estudada,
mas agora, finalmente, ganhou forma. Esse grupo, além de verificar a situação
atual das barragens e seus riscos vai olhar, também, para o futuro e sugerir
inovações. De acordo com o subsecretário estadual de Mineração, José Jaime
Sznelwar, nenhuma estrutura do tipo tem risco de rompimento no Estado.
Devo ressaltar que o governo estadual não tem
autonomia para conceder outorgas para a exploração de minas, uma vez ser
federal essa competência: cada Estado,
entretanto, tem competência para criar a regulamentação ambiental das
atividades, com a emissão de licenças, cabendo aos municípios autorizar o exercício
da atividade. Dessa forma, o grupo de trabalho estadual pretende sugerir
mudanças nos sistemas de fiscalização dos órgãos federais e municipais nessas
barragens (quatro delas em Cajati, no Vale do Ribeira e duas na
capital paulista); somadas, conforme informações do jornal “O Estado de São
Paulo” essas barragens têm um volume de 32,9 milhões de metros cúbicos de
rejeitos - pouco mais da metade dos 62 milhões de metros cúbicos que vazaram da
barragem de Mariana, segundo a Samarco; temos, no Estado, 2800 minas em
operação e estamos em terceiro lugar entre os Estados que mais extraem minérios
do país.
Razões, portanto, não faltam para nos
preocuparmos e agirmos, enquanto possível, preventivamente...
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