terça-feira, 18 de agosto de 2015

A CRISE DA SINFÔNICA DE RIBEIRÃO PRETO

Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto

Welson Gasparini

Iniciei minhas atividades parlamentares, após o recesso do mês de julho, participando, no último dia 04,  uma terça-feira, da reunião da Comissão de Educação e Cultura (da qual sou membro efetivo) com a presença do secretário estadual da Cultura, dr. Marcelo Mattos Araújo e aproveitei a oportunidade para abordar a crise financeira enfrentada pela Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto, ressaltando a  importância histórica e cultural dessa Orquestra que é um verdadeiro patrimônio não apenas de Ribeirão Preto mas, igualmente, de São Paulo e do Brasil, com nível equiparável às mais expressivas em todo o mundo. Fiz, ainda, uma sugestão prática: a contratação da Orquestra, pelo Estado, para apresentações especiais em todo o Estado.
É uma crise que se arrasta desde 2013 intensificada nos últimos tempos devido, no final de 2014, a Prefeitura de Ribeirão Preto não ter renovado o convênio com a Sociedade Lítero Musical (mantenedora da Orquestra) deixando de lhe repassar um valor de R$ 400 mil.  Os profissionais passaram o Natal e o Ano Novo sem o 13º salário e muitos sem o dinheiro das férias. Alguns músicos já pediram demissão, deixando a Sinfônica desfalcada. No ano passado, em agosto, os músicos chegaram a fazer uma paralisação por causa dos atrasos. Uma carta aberta assinada por eles e publicada nas redes sociais dizia que “mesmo com todo o esforço”, os músicos se encontravam numa situação insustentável. “Nossas dívidas estão cada vez maiores. Até mesmo coisas essenciais, como alimentação e locomoção, estão sendo afetadas pela falta de dinheiro”, dizia o texto que, no final, ressaltava: “Ninguém se entristece mais do que nós pela impossibilidade de fazer aquilo que amamos e nos dedicamos inteiramente durante anos”.
Ela tem recebido, vale salientar, apoio e gestos de solidariedade expressivas como as dos maestros Roberto Minczuki e João Carlos Martins que as regeram, recentemente, sem cobrar um tostão, em concertos de gala realizados no Centro de Eventos do Ribeirãoshopping e no Theatro Pedro II, com todo o valor arrecadado na venda dos convites sendo revertido ao pagamento dos salários atrasados dos seus músicos.
A história dessa Orquestra não é recente: ela já tem 94 anos de existência, uma dívida superior a R$ 1,5 milhão e nunca passou tantas dificuldades como as atualmente enfrentadas. Salvá-la é uma tarefa que não pode ficar restrita apenas aos abnegados dirigentes da Sociedade Lítero Musical (atualmente presidida pelo promotor publico, Cyrilo Luciano Gomes Junior, também cantor e solista do seu coral) mas, igualmente, a toda a comunidade local e regional.
Instituições como a Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto devem e merecem ser preservadas; não podem, portanto, prescindir do apoio da população e dos poderes públicos (Município, Estado e União) pois nenhuma responsabilidade lhes pode ser imputada pela crise econômica e social atualmente enfrentada por todos brasileiros.

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