quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

ENSINAR PELO EXEMPLO...


Welson Gasparini

Não há didática melhor na educação de uma criança do que os exemplos dados pelos mais velhos e, sobretudo, pelos pais. Ensinar pelo exemplo é ensinar como se deve. Não adianta um pai ou uma mãe fumantes, por exemplo, tentarem coibir esse vício no filho; ou uma mãe ou pai alcoólatras pretenderem de seus filhos aversão às bebidas. Se os pais querem filhos que respeitem os mais velhos e tenham princípios morais, éticos ou religiosos devem mostrar a eles esses princípios sendo seguidos no cotidiano da própria família. São valores, felizmente, transmissíveis; da mesma forma como são transmissíveis também a transgressão a esses valores. Como pode, por outro lado, ser alegre e feliz uma família cujo chefe está sempre de mau humor, invariavelmente reclamando da vida e das pessoas?
Escrevi, recentemente, uma crônica na qual focalizo a importância dos bons modos e da gentileza, do tipo de cumprimentarmos as pessoas com as quais cruzamos (“bom dia”, boa tarde”, “boa noite”, etc); de respeitarmos os mais velhos; dos jovens cederem seus lugares nos coletivos aos idosos; de oferecermos ajuda a quem julgarmos devida e por ai afora.
Recebi algumas manifestações de apoio e concordância ao meu raciocínio, um deles – na forma de depoimento -  de uma jornalista ribeirão-pretana que muito respeito relatando um episódio bastante representativo do modo como os pais devem educar os seus filhos:
“Há uns quinze anos atrás – escreveu-me ela - assisti uma palestra no Colégio Auxiliadora, onde a médica (hebiatra), falava do exemplo dos pais... Se um pai passa no sinal vermelho e fala pro filho que isso não tem problema, o filho vai crescer achando que isso é normal... E citou muitos outros exemplos onde os pais fazem coisas erradas e dizem pros filhos que não tem problema, por causa disso ou daquilo (justificando a atitude errada).
Peço até desculpas por tomar seu tempo, mas preciso dar esse testemunho... Sempre ensinei meus filhos a não mentir... Há uns dois meses atrás, minha filha de 18 anos estava num churrasco e uma das "amigas" disse a ela "liga no meu serviço e fala que você é minha prima e que eu não posso ir trabalhar porque não estou passando bem..." e a minha filha respondeu que "não, não ligaria". A colega insistiu... "pode ligar, eles não vão ficar sabendo da verdade" e minha filha respondeu: "não posso ligar porque é mentira, e eu não minto".
Quando minha filha me contou isso e depois o namorado dela confirmou, senti um tremendo orgulho. Às vezes as pessoas acham que estão tirando algum tipo de vantagem, infringem leis, às vezes até em coisas simples, como uma vaga de estacionamento, como o senhor cita no seu artigo... Mas é tudo exemplo. 
Prefiro ser chata, quadrada e qualquer outro adjetivo que a mocidade utiliza hoje quando falam dos pais, mas de uma coisa tenho orgulho: sei onde meus filhos estão e sei que eles vão sempre me falar a verdade.”
Concordo com a colega e amiga: bons pais não são aqueles que concordam com tudo o que os filhos fazem mas que, sim, mesmo correndo o risco de serem considerados “chatos” ou “quadrados” têm a coragem de impor regras e limites... Partindo, claro, de seus próprios exemplos!

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