quarta-feira, 2 de julho de 2014

A COPA DA VIDA É PERMANENTE...


Welson Gasparini
    Li recente artigo do jornalista Luis Otávio Martins, editor-chefe de “O Diário de Barretos” (uma das expressões da imprensa interiorana pela sua respeitabilidade e tradição) no qual ele aborda uma questão crucial da atualidade: a importância do brasileiro despertar para a cidadania e fazer do seu voto, na próxima eleição de outubro, um instrumento para mudanças essenciais. Concordo com o articulista: seria muito bom se o brasileiro se interessasse tanto pela escolha de seus representantes quanto pela escalação do time de seu coração ou pelo desempenho do Brasil na Copa. Desde 12 de junho os assuntos principais, em todas as rodas, giram em torno do futebol decepcionante até agora apresentado pelo time do técnico Felipão, da surpresa representada pela Costa Rica, da decepção provocada pela eliminação precoce da Espanha, das goleadas impostas pela Holanda e pela Alemanha etc etc.
  A Copa acontece justamente quando os partidos políticos, obrigados pelo calendário eleitoral, realizam convenções para definir os nomes daqueles que disputarão os votos de todos nós para nos representarem como deputados, senadores, governadores e presidente da república. Logicamente, a emoção do futebol supera a da política, principalmente para os cidadãos comuns, muitos deles só lembrados pelos políticos a cada dois anos, mais especificamente nos meses anteriores ao processo de votação.
   Conforme tenho comentado – e Luis Otávio enfatiza – “o eleitor brasileiro tem dado seguidas demonstrações de descrença no modelo atual, ora simplesmente deixando de comparecer às urnas, ora votando nulo e em branco, ou ainda escolhendo candidatos ‘folclóricos’, que nada contribuem para a democracia após assumirem os cargos e usufruírem das muitas regalias oferecidas”. Em outubro, teremos mais uma chance de iniciar um processo de depuração dos eleitos que certamente não se encerrará somente numa eleição, mas que precisa ser continuado para que tenhamos em nossas casas legislativas e sedes de governo, pessoas comprometidas com o bem comum, ao invés de simplesmente atenderem aos próprios interesses ou dos grupelhos que representam.
   O grande fato de 2014 para o cidadão brasileiro – também concordo com o jornalista - não deveria ser a Copa, mas sim a Eleição. Realmente: a Copa passa e o país, seja qual for o vencedor, continuará disputando o grande campeonato da vida. A Copa do dia-a-dia é permanente, como permanentes são os nossos sonhos de um país onde haja segurança, saúde, habitação e, sobretudo, educação para o grande craque deste país: o cidadão que trabalha, paga  elevadíssimos  impostos e é obrigado a conviver com deficiências básicas em todos essas áreas  fundamentais...

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