Welson
Gasparini
O cenário econômico brasileiro continua
assustador e, lamentavelmente, não se vê uma luz no fundo desse túnel no qual
fomos colocados após o desgoverno petista. Em artigo recente focalizei dados
relacionados à queda da produção industrial brasileira conforme levantamento do
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgado no último dia
31 de janeiro. Hoje, numa outra face dessa moeda, meu olhar se volta para outro
segmento da economia tremendamente afetado por essa conjuntura adversa: o
comércio!
Li, com apreensão, matéria especial do “Estado
de São Paulo”, publicada no último dia 13 de fevereiro, mostrando um quadro
terrível: 2016 foi o pior ano do varejo brasileiro, com números recordes de
fechamento de lojas e retração de vendas. A matéria teve uma fonte insuspeita:
a Confederação Nacional do Comércio que, por sua vez, se baseou no Cadastro
Geral de Empregados e Desempregados.
Um fato, lamentavelmente, remete ao outro: se a
produção industrial caiu é porque houve queda na venda dos produtos
industrializados. E um círculo vicioso originado, não canso de repetir, pela
queda do poder aquisitivo do consumidor; o cidadão limita-se, quando o dinheiro
está curto, ao essencial; se estiver desempregado, então, muitas vezes sequer
compra o essencial!
Entre aberturas e fechamentos, 108,7 mil lojas
encerraram atividades no país no ano passado e 182 mil trabalhadores foram
demitidos; 2016 superou os recordes negativos registrados em 2015 tanto na quantidade
de lojas desativadas quanto nas vagas fechadas: em dois anos, o comércio
encolheu em mais de 200 mil lojas e 360 mil empregos diretos foram eliminados.
Se esse cenário atingiu as pequenas e médias lojas, os comerciantes ditos
menores, também afetou o dos shoppings centers, dos hipermercados e dos
supermercados, que dizer então dos mercadinhos das esquinas. O grupo Seta, que
tinha 50 lojas no atacarejo (atacado e varejo) nos Estados de São Paulo, Rio e
Amazonas fechou 28; só na cidade de São Paulo, fechou 7 e demitiu 1180
funcionários; mais 1180 pessoas nas ruas, só de uma rede comercial, procurando,
sem encontrá-los, empregos.
O desânimo do varejo é visível tanto nas ruas de
comercio popular quanto nas lojas sofisticadas; mas o pior mesmo, o mais grave,
é o fechamento de lojas das quais, muitas vezes, o próprio comerciante depende
para sobrevivência sua e dos seus. E ele só fecha o estabelecimento quando
perde, até mesmo, a esperança de dias melhores. A quantidade de placas de
“aluga-se” - constantes nos centros e
nas periferias das grandes, pequenas e médias cidades – é outro fator
inquietante. Cada placa de “aluga-se” deve ser vista, a meu ver, como um
alerta, um sinal de que a situação está ruim e, se não houver uma reação rápida
e efetiva, tende a piorar ainda mais.
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