Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto |
Welson
Gasparini
Iniciei minhas atividades parlamentares, após o recesso do mês de julho, participando,
no último dia 04, uma terça-feira, da
reunião da Comissão de Educação e Cultura (da qual sou membro efetivo) com a
presença do secretário estadual da Cultura, dr. Marcelo Mattos Araújo e aproveitei
a oportunidade para abordar a crise financeira enfrentada pela Orquestra
Sinfônica de Ribeirão Preto, ressaltando a
importância histórica e cultural dessa Orquestra que é um verdadeiro
patrimônio não apenas de Ribeirão Preto mas, igualmente, de São Paulo e do
Brasil, com nível equiparável às mais expressivas em todo o mundo. Fiz, ainda,
uma sugestão prática: a contratação da Orquestra, pelo Estado, para
apresentações especiais em todo o Estado.
É uma crise que se arrasta desde 2013
intensificada nos últimos tempos devido, no final de 2014, a Prefeitura de
Ribeirão Preto não ter renovado o convênio com a Sociedade Lítero Musical
(mantenedora da Orquestra) deixando de lhe repassar um valor de R$ 400
mil. Os profissionais passaram o Natal e
o Ano Novo sem o 13º salário e muitos sem o dinheiro das férias. Alguns músicos
já pediram demissão, deixando a Sinfônica desfalcada. No ano passado, em
agosto, os músicos chegaram a fazer uma paralisação por causa dos atrasos. Uma
carta aberta assinada por eles e publicada nas redes sociais dizia que “mesmo
com todo o esforço”, os músicos se encontravam numa situação insustentável.
“Nossas dívidas estão cada vez maiores. Até mesmo coisas essenciais, como
alimentação e locomoção, estão sendo afetadas pela falta de dinheiro”, dizia o
texto que, no final, ressaltava: “Ninguém se entristece mais do que nós pela
impossibilidade de fazer aquilo que amamos e nos dedicamos inteiramente durante
anos”.
Ela tem recebido, vale salientar, apoio e gestos
de solidariedade expressivas como as dos maestros Roberto Minczuki e João
Carlos Martins que as regeram, recentemente, sem cobrar um tostão, em concertos
de gala realizados no Centro de Eventos do Ribeirãoshopping e no Theatro Pedro
II, com todo o valor arrecadado na venda dos convites sendo revertido ao
pagamento dos salários atrasados dos seus músicos.
A história dessa Orquestra não é recente: ela já
tem 94 anos de existência, uma dívida superior a R$ 1,5 milhão e nunca passou
tantas dificuldades como as atualmente enfrentadas. Salvá-la é uma tarefa que
não pode ficar restrita apenas aos abnegados dirigentes da Sociedade Lítero
Musical (atualmente presidida pelo promotor publico, Cyrilo Luciano Gomes
Junior, também cantor e solista do seu coral) mas, igualmente, a toda a
comunidade local e regional.
Instituições como a Orquestra Sinfônica de
Ribeirão Preto devem e merecem ser preservadas; não podem, portanto, prescindir
do apoio da população e dos poderes públicos (Município, Estado e União) pois
nenhuma responsabilidade lhes pode ser imputada pela crise econômica e social
atualmente enfrentada por todos
brasileiros.
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