Welson Gasparini
A nação brasileira vive momentos trágicos no que diz respeito
aos registros de comportamentos de desonestidade e de corrupção.
Falam - e é verdade – da existência de muitos políticos
desonestos e corruptos. Mas a corrupção, lamentavelmente, é uma doença que vem
atingindo todas as classes sociais e profissionais, não apenas a classe
política.
Recente publicação do Jornal “Valor Econômico” focalizou pesquisa
feita junto a centenas de empresários participantes de um evento nacional a
partir da seguinte indagação: “Sua organização poderia participar de atos de
corrupção?”. Essa pergunta, conforme informei em artigo anterior, foi feita a
cerca de 500 executivos presentes nessa reunião com a garantia de anonimato nas
respostas.
Do total, 62% admitiram “sim”. Apenas 21% negaram a
possibilidade e 17%, simplesmente, não souberam responder.
Em seguida foi feita a seguinte pergunta sobre os
concorrentes. “Eles se valem de práticas ilegais para terem vantagens em contratos
com os setores públicos?”.
Para os empresários que participaram dessa pesquisa, 85% dos
seus competidores, dependendo da oportunidade, corrompem os agentes públicos.
Comentando o resultado da pesquisa, vários empresários
disseram que muitas vezes são obrigados a agirem desta maneira, pois, caso
contrário, não conseguem êxito nos seus relacionamentos empresariais com os
órgãos públicos.
São muitos os casos que aparecem nas investigações dos
Tribunais de Contas, do Ministério Público ou em denúncias pela imprensa; poucos
são aqueles nos quais, ao final das investigações, resultam em penalidades aos que
burlaram as leis e causaram graves prejuízos à administração pública.
Chega-se, em muitos momentos, a uma conclusão assustadora: no
Brasil o crime compensa e este, talvez, o motivo de tantos aderirem e se
deixarem enredar pelo sistema de corrupção.
Temos de reagir. Não podemos aceitar que nosso Brasil
prossiga nesta caminhada vergonhosa de corrupção e de total desrespeito aos preceitos
éticos e morais inerentes à condução dos negócios públicos.
Vamos alterar, com urgência, a frase presente na bandeira
nacional, pois são urgentes ações para colocarem nas cadeias os desonestos e os
marginais, sejam eles corruptos ou corruptores, vendam ou comprem vantagens
ilícitas para atingirem fins desonestos. Vamos viver novos tempos; um tempo de “ORDEM É PROGRESSO” e
não de, tão somente, ORDEM E PROGRESSO.
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