Welson
Gasparini
É fantástico o desenvolvimento econômico e
técnico alcançado pela humanidade, em todos os setores, nos últimos tempos. O
homem, através de novos conhecimentos, ampliou os seus domínios e sofisticou o
processo produtivo, reduzindo custos e multiplicando resultados. A tecnologia
adquirida permite viagens e observações interplanetárias enquanto, na terra, se
colhem recordes de produção e da melhor qualidade! É tão grande a série de
novos conhecimentos que os seres humanos alcançaram, até, notável ampliação nos
anos de vida, vivendo mais e melhor!
É triste, porém, reconhecer: ao lado desse
desenvolvimento econômico e técnico o mundo assiste – num indesejado
contraponto – um expressivo retrocesso no respeito aos valores morais e
espirituais. Há, em praticamente todos os países, uma grande crise moral. Em
alguns como acontece, lamentavelmente, no Brasil, ela é maior, mas em todos é
uma realidade. Deve-se ressaltar: essa crise moral, essa crise de caráter, não
é privilégio de classe social ou econômica. Basta acompanhar o noticiário da
imprensa e facilmente veremos como a conduta ilegal, imoral, corrupta e
inescrupulosa tem como agentes tanto pessoas pobres e analfabetas, quanto ricas
e letradas. Homens poderosos, administradores privados ou públicos, agem
desonestamente na busca do enriquecimento às custas da Nação.
Nos dias atuais – e já me referi a esse aspecto
diversas vezes – a grande regra é, sempre, levar vantagem, custe o que custar e
a quem custar. E o pior é que, justamente pela falta de caráter, quem assim age
chega a sentir orgulho das suas vitórias, das suas espertezas. Muitos outros
sentem inveja destas “conquistas” e, certamente, fariam o mesmo, se tivessem
oportunidades.
Aliás, em várias pesquisas de opinião, ficou
claro: uma grande maioria, se tivesse oportunidades, buscaria o enriquecimento
até mesmo praticando ilegalidades e imoralidades. Pensam que não estariam
agindo de forma errada, mas sim sendo “espertos”. A esperteza deixou de ser
vista, assim, na concepção dessas pessoas, não como defeito de caráter para ser
uma qualidade, merecedora até de elogios: “Fulano é esperto...”
Esse é o grande problema ora vivido pelo Brasil
e por, praticamente, todos os países do mundo.
O mais grave: essa crise de valores morais só incomoda quando atinge
determinada que; esta, sim, reclama. Para os demais, a vida continua...
No Brasil, apesar da impunidade ser expressiva,
pois muitos crimes são praticados sem a correspondente punição, os nossos
presídios estão superlotados e, diariamente, o noticiário da imprensa fala das
barbaridades cometidas por marginais.
Essa a realidade que precisa ser modificada. Não
será tarefa de um dia, de um ano, de dez anos ou de toda uma ou mais gerações.
Uma tarefa, ouso dizer, difícil; mas possível. Para isto é preciso uma
autêntica revolução nas famílias, nas escolas e nas igrejas: um engajamento
prioritário buscando recuperar a atual geração e preparar a próxima para
conhecer, aceitar e viver uma vida baseada em valores morais e espirituais. Só
dessa forma poderemos construir um mundo novo, de justiça social e de paz, onde
o desenvolvimento econômico e tecnológico seja acompanhado, fundamentalmente,
pelo desenvolvimento ético e moral.
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