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Com Antônio Carlos Morandini |
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Com Morandini e o diretor da FIOCRUZ em Ribeirão Preto, Professor Rodrigo Stabile |
O
que realmente gratifica a quem semeia é ver o resultado da sua semeadura; gratificado,
assim, eu me senti quando participei, no último dia 16, ao lado do prefeito
Duarte Nogueira, da solenidade realizada no Palácio Bandeirantes quando o
governador Geraldo Alckmin assinou a liberação de R$ 12 milhões do FUNCET
(Fundo Estadual, Científico e Tecnológico) destinados à implantação de uma
plataforma da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), junto ao Supera Parque, no campus
da USP-RP. Essa primeira semente, tenho
orgulho em proclamá-lo, foi plantada em 2013 quando encaminhei ofício ao então
reitor da USP, professor João Rodas, solicitando seu apoio a essa iniciativa.
Conforme tive oportunidade de ressaltar, durante entrevista ao programa Larga
Brasa, na TV Mais, conduzido pelo jornalista Antônio Carlos Morandini, a
presença da Fiocruz em Ribeirão Preto é fato dos mais relevantes para a própria
saúde pública porque nessa unidade serão produzidos equipamentos para diagnósticos
rápidos de dengue, chikungunya e zika vírus, beneficiando toda a comunidade regional
nela centralizada.
Também
participou comigo, dessa entrevista, o professor Rodrigo Stabile – um
ribeirãopretano que, como diretor da Fiocruz, terá a responsabilidade de
acompanhar a efetivação de um empreendimento no qual serão investidos R$ 18
milhões (acrescendo-se aos R$ 12 milhões então liberados mais R$ 6 milhões obtidos
pela própria Fiocruz junto ao BNDES). Falamos, na oportunidade, da própria
história dessa instituição, fundada em 15 de maio de 1900 como “Instituto
Soroterápico Federal”, na zona norte do Rio de Janeiro e criada, originalmente,
para fabricar soros e vacinas contra a peste bubônica. Uma história da qual,
como expoentes, participaram Oswaldo Cruz – o bacteriologista responsável pela
erradicação tanto da febre bubônica quanto da febre amarela em terras cariocas –
e o também ribeirãopretano Sérgio Arouca, em cuja gestão teve início os grandes
avanços daquela fundação, entre tais o isolamento, pela primeira vez na América
Latina, do vírus HIV.
A Fiocruz realizou, em sua trajetória, feitos como
o deciframento do genoma do BCG, bactéria usada na vacina contra a tuberculose;
desenvolveu o sal híbrido Mefas, permitindo o combate à malária com menos
efeitos colaterais; identificou o gene de impermeabilização dos ovos do
mosquito transmissor da malária; criou a vacina contra a fasciolose e avançou
na criação de uma vacina contra a esquistossomose. Deixou, ainda, as fronteiras
cariocas para criar unidades em Mato Grosso do Sul, Moçambique (na África),
Brasília, Curicica (RJ), Salvador, Manaus, Belo Horizonte, Curitiba, Recife e
agora, para nossa alegria, em Ribeirão Preto.
Vinculada ao Ministério da
Saúde, tornou-se uma mais respeitadas instituições de ciência e tecnologia em
saúde da América Latina, sendo responsável pela execução de mais de mil
projetos de pesquisa e desenvolvimento tecnológico, produzindo conhecimentos
para o controle de doenças como Aids, Malária, Chagas, Tuberculose, Hanseníase,
Sarampo, Rubéola, Esquistossomose, Dengue, Zika Vírus, Meningites e Hepatites,
além de outros males ligados à saúde coletiva; é a principal instituição não
universitária de formação e qualificação de recursos humanos para o Sistema
Único de Saúde (SUS) e para a área de ciência e tecnologia no Brasil, possuindo
32 programas de pós-graduação stricto sensu em diversas áreas, uma escola de
nível técnico e vários programas lato sensu.
Enfim, Ribeirão Preto e toda sua vasta região
regozijam-se e dão boas vindas a quem,
já tendo tanto para contar, vem
para escrever mais um capítulo na história da pesquisa, do tratamento e da cura
para doenças ainda presentes na vida brasileira numa parceria, envolvendo USP,
Prefeitura, governo do Estado e a própria Fiocruz que, conforme disse o
governador Alckmin “crescerá muito para benefício da ciência, de São Paulo e do Brasil”.