Welson
Gasparini
O desemprego, infelizmente, afeta todas as
categorias profissionais do país mas, entre os mais afetados, está o varejo brasileiro
que, em 2016, fechou 108,7 mil lojas com vínculo empregatício em todo o país,
no pior resultado de uma série histórica iniciada em 2005 quando o comércio
varejista fechou aquele ano com um saldo líquido positivo de mais de 45 mil
lojas abertas.
Os dados foram divulgados pela Confederação
Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A entidade explica que,
apesar de fechar 2016 com o pior resultado desde 2005, a queda do número de
lojas foi menos acentuada no segundo semestre do ano passado, podendo ser um
indicio de que a economia está começando a dar sinais de recuperação.
Segundo o economista Fabio Bentes, da CNC, “foi
mais um ano ruim para o setor; pior ainda do que o verificado em 2015 quando o
número líquido de pontos de vendas fechados atingiu 101,9 mil. E o varejo é um
setor intensivo de mão de obra. E, pelos dados do Cadastro Geral de Empregados
e Desempregados, em 2015 o setor registrou o fechamento de 175 mil postos de
trabalho; em 2016, esse quadro se agravou com fechamento de 282 mil postos de
trabalho no varejo.” Trata-se, sem dúvida, de um ano cruel no qual o bolso do
consumidor foi bastante surrado pela inflação alta, pela restrição ao crédito e
pelo medo do desemprego, afetando as compras a prazo.
A CNC ressalta o fato da Pesquisa Mensal do
Comércio (PMC) [do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)]
indicar que, entre janeiro e novembro de 2016, o volume de vendas do setor
varejista registrou recuo de 8,8% em relação ao mesmo período do ano anterior,
tendo relação direta com a redução do número de lojas.
De qualquer forma, para a CNC - após dois anos
de fechamento líquido de pontos de venda - em 2017, o número de lojas deverá
apresentar estabilidade, principalmente pela queda da inflação, que deverá
fechar o ano em torno dos 4,5% e também porque, no segundo semestre, com uma
taxa de inflação menor, abre-se espaço para uma queda maior das taxas de juros;
assim, aquelas compras a prazo que vinham sendo prejudicadas pelas taxas de
juros tendem a ser normalizadas. De qualquer maneira, o Brasil teve um saldo
positivo de empregos formais em abril, segundo o Cadastro Nacional de
Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho divulgado no dia
16 de maio, registrando o crescimento foi de 59.856 postos de trabalho,
equivalente a uma variação positiva de 0,16% em relação ao estoque do mês anterior,
quando ocorreram 1.141.850 admissões e 1.081.994 desligamentos. Sete dos oito
setores de atividade econômica apresentaram crescimento no nível de emprego,
destacando-se os de Serviços, Agricultura, Indústria de Transformação e
Comércio.
Enfim, o quadro do emprego no Brasil continua
ensejando preocupações mas, embora tênue, já se avista uma pequena luz no fim
do túnel.
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