Organizei, na tarde do último dia 15/08, uma
reunião entre representantes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário da
cidade de Ribeirão Preto e a presidência da Assembleia Legislativa de São Paulo
– Alesp. O intuito do encontro foi discutir a criação de uma vara especializada
que proteja as mulheres da violência doméstica e familiar, pois, atualmente, os
serviços prestados para as mulheres são realizados em um anexo da prefeitura de
RP.
Estiveram presentes na reunião o vice-prefeito
de Ribeirão Preto e secretário de Assistência Social, Dr. Carlos Cezar Barbosa,
a vereadora Glaucia Berenice, o assistente do Tribunal de Justiça, Dr. Sylvio
Ribeiro, a juiza Carolina Gama (responsável pelo anexo de Violência Doméstica
no município); a advogada Luciana Grandini Rêmoli (representando a 12ª.
Subsecção da OAB-RP) e Regina H. Brito de Souza (presidente do Conselho
Municipal de Defesa da Mulher - CMDM).
De acordo com a juíza Carolina Gama (responsável
pelo anexo de Violência Doméstica do município), o número de processos em
andamento mais que dobrou em dois anos. "Eram 2 mil casos e atualmente
ultrapassam os 5 mil, resultando em mais de cem medidas protetivas ao mês. A
vara especializada é muito necessária diante do número de pedidos acumulados e
para que possamos fazer um serviço mais específico e com mais projetos voltados
ao combate e à prevenção da violência", ressaltou ela.
No que diz respeito a mim, espero agilidade na
aprovação dessa vara. É essencial que o projeto seja colocado imediatamente na
ordem do dia assim que o Tribunal de Justiça envie-o para a Assembleia
Legislativa de São Paulo.
Segundo dados da pesquisa "Instituto
Avon/Ipsos - Percepções sobre a violência doméstica contra a mulher", as
agressões atingem 2 milhões de mulheres no Brasil a cada ano e apenas 63% delas
denunciam a violência.
Sobre
a Lei Maria da Penha
A lei contra violência doméstica ganhou o nome
da cearense Maria da Penha Maia Fernandes, agredida várias vezes pelo marido.
Penha ficou paraplégica após levar um tiro do marido enquanto dormia, em 29 de
maio de 1983.
Em 2006, a Lei Maria da Penha foi criada a fim
de punir as agressões de forma mais severa. Até então, a violência doméstica
era considerada crime brando, punido apenas com multa ou cestas básicas. Agora,
a pena é de 1 a 3 anos de prisão e o juiz pode obrigar o agressor a participar
de programas de reeducação ou recuperação.
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