Welson
Gasparini
Nenhum brasileiro desconhece a realidade triste
vivida pelo nosso país na qual as arrecadações dos governos federal, estaduais
e municipais – acompanhando a queda das atividades econômicas – caíram e estão
caindo cada dia mais. Em casa onde falta pão – diz um sábio ditado popular – todo
mundo briga e todo mundo tem razão! Assim, vejo com naturalidade as
manifestações de servidores públicos municipais, estaduais e federais cujos
salários – pela própria impossibilidade dos governantes liberarem reajustes compatíveis
– estão defasados.
Tenho recebido em meu escritório regional de
Ribeirão Preto e também em meu gabinete na ALESP solicitações de inúmeras
categorias profissionais ligadas ao Estado pleiteando, com justa razão,
melhorias salariais. Ainda recentemente, quando o plenário da ALESP foi ocupado
por fiscais fazendários na luta por um reconhecimento maior, tive oportunidade
de focalizar minha intenção de criar uma Frente Parlamentar de Combate ao
Tabaco como meio, inclusive, de evitar a dispersão de recursos públicos no
tratamento dos males resultantes desse que é, a meu ver, um dos piores inimigos
da saúde da população mundial: o fumo!
Acabo de receber um estudo, feito pelo Instituto
Nacional de Câncer e pelo Ministério da Saúde, sobre o tabagismo no Brasil.
Esse estudo mostra o quanto gasta o Poder Público – numa época de penúria
absoluta em seu orçamento – em função do cigarro: R$ 56 bilhões. A pesquisa não
dimensiona, claro, o sofrimento que o cigarro produz nos fumantes e em seus
familiares diante das ocorrências, sobretudo, de doenças pulmonares e
cardíacas. Mas dimensiona, sim, o quanto é gasto, por exemplo, com as doenças
pulmonares (R$ 16 bi); cardíacas (R$ 10 bi), mais R$ 4 bi em cânceres diversos
(do esôfago, do estomago, do pâncreas, da bexiga e da laringe).
Eu poderia focalizar outros aspectos desta
pesquisa, mas fico no resultado final: são 56 bilhões de reais por ano para
atender a quem fuma e acha bonito fumar quando, na verdade, está praticando um
suicídio lento.
Daí, acredito, a importância de uma Frente
Parlamentar especifica para tratar da questão do tabagismo. Esse dinheiro gasto
com fumantes poderia ser utilizado, por exemplo, para elevar o salário dos
fiscais tributários, dos professores, dos policiais militares e civis, enfim,
de todo o funcionalismo ansioso por um reconhecimento salarial melhor.
O combate ao tabaco deve ser, imagino, um ato de
cidadania para o qual devemos convocar os professores, os pastores e os pais de
família no alerta contra os males desse terrível vicio e no repúdio à
propaganda enganosa dos fabricantes que colocam produtos no fumo de modo a
tornar o cigarro mais saboroso no sentido de atrair novos fumantes. Cigarro,
afinal, mata!
A grande alternativa pela qual deverá se
empenhar a Frente Parlamentar que pretendo formar é, basicamente, tratar o
cigarro como droga e colocá-lo, assim, à margem da lei, com todas as restrições
inerentes ao seu comércio e ao seu consumo!
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