sexta-feira, 11 de agosto de 2017

FRENTE PARLAMENTAR DE COMBATE AO TABACO


Welson Gasparini

Nenhum brasileiro desconhece a realidade triste vivida pelo nosso país na qual as arrecadações dos governos federal, estaduais e municipais – acompanhando a queda das atividades econômicas – caíram e estão caindo cada dia mais. Em casa onde falta pão – diz um sábio ditado popular – todo mundo briga e todo mundo tem razão! Assim, vejo com naturalidade as manifestações de servidores públicos municipais, estaduais e federais cujos salários – pela própria impossibilidade dos governantes liberarem reajustes compatíveis – estão defasados.
Tenho recebido em meu escritório regional de Ribeirão Preto e também em meu gabinete na ALESP solicitações de inúmeras categorias profissionais ligadas ao Estado pleiteando, com justa razão, melhorias salariais. Ainda recentemente, quando o plenário da ALESP foi ocupado por fiscais fazendários na luta por um reconhecimento maior, tive oportunidade de focalizar minha intenção de criar uma Frente Parlamentar de Combate ao Tabaco como meio, inclusive, de evitar a dispersão de recursos públicos no tratamento dos males resultantes desse que é, a meu ver, um dos piores inimigos da saúde da população mundial: o fumo!
Acabo de receber um estudo, feito pelo Instituto Nacional de Câncer e pelo Ministério da Saúde, sobre o tabagismo no Brasil. Esse estudo mostra o quanto gasta o Poder Público – numa época de penúria absoluta em seu orçamento – em função do cigarro: R$ 56 bilhões. A pesquisa não dimensiona, claro, o sofrimento que o cigarro produz nos fumantes e em seus familiares diante das ocorrências, sobretudo, de doenças pulmonares e cardíacas. Mas dimensiona, sim, o quanto é gasto, por exemplo, com as doenças pulmonares (R$ 16 bi); cardíacas (R$ 10 bi), mais R$ 4 bi em cânceres diversos (do esôfago, do estomago, do pâncreas, da bexiga e da laringe).
Eu poderia focalizar outros aspectos desta pesquisa, mas fico no resultado final: são 56 bilhões de reais por ano para atender a quem fuma e acha bonito fumar quando, na verdade, está praticando um suicídio lento.
Daí, acredito, a importância de uma Frente Parlamentar especifica para tratar da questão do tabagismo. Esse dinheiro gasto com fumantes poderia ser utilizado, por exemplo, para elevar o salário dos fiscais tributários, dos professores, dos policiais militares e civis, enfim, de todo o funcionalismo ansioso por um reconhecimento salarial melhor.
O combate ao tabaco deve ser, imagino, um ato de cidadania para o qual devemos convocar os professores, os pastores e os pais de família no alerta contra os males desse terrível vicio e no repúdio à propaganda enganosa dos fabricantes que colocam produtos no fumo de modo a tornar o cigarro mais saboroso no sentido de atrair novos fumantes. Cigarro, afinal, mata! 
A grande alternativa pela qual deverá se empenhar a Frente Parlamentar que pretendo formar é, basicamente, tratar o cigarro como droga e colocá-lo, assim, à margem da lei, com todas as restrições inerentes ao seu comércio e ao seu consumo! 

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