Welson
Gasparini
Ribeirão Preto viveu, nos últimos dias, fatos
realmente lamentáveis em função da “guerra urbana” – envolvendo policiais,
bandidos e cidadãos comuns – implantada na cidade. A quarta-feira, 21 de junho
de 2017, vai ser tristemente lembrada como, conforme manchete do jornal A
CIDADE – “o dia em que a violência aterrorizou Ribeirão”.
Conforme pronunciamento que fiz na tribuna da
ALESP o Brasil registra, atualmente, uma situação alarmante: a presidente do
Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia, em pronunciamento muito claro,
afirmou: o número de homicídios no
Brasil é maior do que o dos países em guerra; no ano passado, 58 mil pessoas
foram assassinadas no Brasil, resultando em uma média de 170 pessoas
assassinadas por dia. Essa estatística foi reforçada naquela fatídica
quarta-feira com a execução de um PM – com dois tiros na cabeça, em plena luz
do dia, num posto de gasolina – complementada com uma série de ataques
deflagrada na zona norte da qual resultaram mais duas mortes e quatro pessoas
gravemente feridas pelos tiros então disparados. A PM está mobilizada em
Ribeirão Preto para identificar e prender os responsáveis por esses disparos e
pelo clima de insegurança vivido pelos moradores das proximidades de onde
ocorreram esses fatos.
O que acontece em Ribeirão Preto, todavia, não é
um fato isolado; em todas as pequenas, médias e grandes cidades deste nosso
imenso país diariamente são registrados casos de violência e de atentados
contra a propriedade e a vida das pessoas.
A polícia fica impotente diante de tantas ocorrências e ainda há um
agravante: a tolerância do Judiciário com esses marginais; a polícia prende e a
justiça solta. Vê-se muito os direitos humanos dos bandidos – realmente
respeitáveis – mas são ignorados os direitos humanos das vítimas.
Há, ao lado da crise econômica e social
(representada por mais de 14 milhões de desempregados), uma crise política
(avolumando-se as denúncias contra o atual e os dois últimos governantes
brasileiros) e, sobretudo, moral; inexiste o respeito e o amor ao próximo. Também se a polícia prender todos os
marginais soltos sequer terão onde coloca-los porque as prisões estão todas
superlotadas: não cabe ninguém nas cadeias e presídios com capacidade para 400
presos estão com mais de 1000.
É preciso, insisto sempre, haver uma reação
neste País; não podemos permanecer inertes diante da violência que nos ameaça
nas ruas ou em nossas próprias casas; as pessoas de bem precisam se unir em
torno de medidas capazes de conter essa “guerra urbana” cada dia mais explícita
e menos surda.
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