sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

RECEITA DE ANO NOVO


Welson Gasparini

Com toda sua atipicidade, 2016 terminou e estamos, agora, às portas de um 2017 que, espero, seja um ano bem melhor para o nosso Estado, o nosso País, a nossa Ribeirão Preto e também para nossos familiares e amigos. Foi um ano, para mim, de muito trabalho e muita dedicação ao mandato que me foi conferido pelos eleitores de Ribeirão Preto e de todo o Estado: procurei sempre, dia após dia, fazer o melhor dentro do possível. Tive a oportunidade de ajudar na eleição de Duarte Nogueira, nosso próximo prefeito, em quem deposito fundadas esperanças no sentido de tirar nossa cidade do atoleiro no qual se encontra; também contribui para a reeleição do meu filho, Maurício Gasparini, para, por mais quatro anos, continuar representando a população ribeirão-pretana na Câmara Municipal.
Chegamos, enfim, a 2017:  como todo o novo traz, em si, uma carga de esperanças que poderá ser concretizada ou não. Um ano novo melhor depende apenas de nós; se nós formos melhores, o nosso Ano Novo haverá de ser melhor!
Como fã da poesia de Carlos Drummond de Andrade, reproduzo – como já fiz em ocasiões anteriores – a sua “Receita de Ano Novo”, formulada há não sei quantos anos e de perene atualidade, mesmo porque dependendo de ingredientes muito simples:

“Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)

Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.”

Dentro de nós, portanto, cochila e espera, desde sempre, o Ano Novo melhor por todos nós imaginado. Cabe-nos, agora, enfrentar os desafios de 2017 com o coração aberto, dando o melhor de nós para superar todos os inevitáveis obstáculos ensejados pela própria vida.

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