terça-feira, 29 de novembro de 2016

MENOS DEPUTADOS E MENOS SENADORES


Welson Gasparini

O Congresso Nacional já começou a discutir e votar a chamada reforma política em nosso país. É muito bom isso estar acontecendo. Só esperamos, entretanto, não redundar numa reforma que, ao invés de trazer benefícios, represente mais uma vergonha nacional. Comentários veiculados pela imprensa, infelizmente, são tristes: alguns parlamentares estariam querendo aproveitar a oportunidade dessas reformas para isentar de responsabilidades muitos daqueles que tiveram, por meio da corrupção e de atos ilícitos, levado vantagens pessoais em detrimento de um povo que precisa e espera um governo não apenas democrático, mas, também, eficiente em sua condução administrativa.
Precisamos aproveitar este momento de reformas e dar ao Brasil uma estrutura democraticamente correta. Não é possível continuar com este sistema pelo qual candidatos a presidente da República gastam verdadeiras fortunas - mais de bilhões de reais - em suas campanhas eleitorais; em que deputados, senadores, prefeitos e vereadores se aliam a empresários desonestos ávidos por viver de vantagens concedidas pelos administradores públicos e acabam se vendendo no uso dos seus cargos públicos.
Então, vamos aproveitar agora a reforma política, mesmo porque nas últimas eleições – conforme comprova o alto índice de abstenções e votos nulos – ficou muito claro: grande parte do eleitorado não aceita o sistema atual porque sabe estar sendo feito de bobo pela classe política brasileira.
Então devemos, com urgência, mudar essa situação. E como isso deve ser feito? Em primeiro lugar, eu defendo intransigentemente esse ponto de vista: vamos começar diminuindo o número de cadeiras dos deputados e dos senadores de tal forma que não assistamos a isto que está acontecendo.
Eu fui deputado federal. Era apenas um entre 513 deputados federais. Há dificuldade até de cadeiras para todos os deputados federais poderem sentar. Poderíamos mudar a situação da representatividade dividindo um Estado, como o de São Paulo, em, por exemplo, dez regiões. Cada uma dessas regiões elegeria três deputados e esse número, a meu ver, é mais do que suficiente. Nós teríamos, então, na Assembleia Legislativa, de 30 a 40 deputados. Hoje nós temos mais de 90 deputados nesta Casa. Não são necessários tantos; esse critério de representatividade regional daria, ainda, a possibilidade dos eleitores fiscalizarem melhor os seus representantes. E nem se fala no que diz respeito ao parlamento federal, igualmente inchado na quantidade de deputados e senadores.
Precisamos, principalmente, de leis que ponham na cadeia os ladrões deste País; aqueles que embolsaram milhões, bilhões de reais desviando para seus bolsos recursos que deveriam ir para a Educação, para a Saúde e para a Segurança Pública. Para moralizar a classe política o primeiro passo deve ser dado pelo próprio eleitor votando conscientemente; o segundo é dar a esse eleitor oportunidade de fiscalizar e acompanhar de perto o trabalho de quem recebeu o seu voto.

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