Welson
Gasparini
O Congresso Nacional já começou a discutir e
votar a chamada reforma política em nosso país. É muito bom isso estar
acontecendo. Só esperamos, entretanto, não redundar numa reforma que, ao invés
de trazer benefícios, represente mais uma vergonha nacional. Comentários
veiculados pela imprensa, infelizmente, são tristes: alguns parlamentares
estariam querendo aproveitar a oportunidade dessas reformas para isentar de
responsabilidades muitos daqueles que tiveram, por meio da corrupção e de atos
ilícitos, levado vantagens pessoais em detrimento de um povo que precisa e
espera um governo não apenas democrático, mas, também, eficiente em sua
condução administrativa.
Precisamos aproveitar este momento de reformas e
dar ao Brasil uma estrutura democraticamente correta. Não é possível continuar
com este sistema pelo qual candidatos a presidente da República gastam
verdadeiras fortunas - mais de bilhões de reais - em suas campanhas eleitorais;
em que deputados, senadores, prefeitos e vereadores se aliam a empresários
desonestos ávidos por viver de vantagens concedidas pelos administradores
públicos e acabam se vendendo no uso dos seus cargos públicos.
Então, vamos aproveitar agora a reforma
política, mesmo porque nas últimas eleições – conforme comprova o alto índice
de abstenções e votos nulos – ficou muito claro: grande parte do eleitorado não
aceita o sistema atual porque sabe estar sendo feito de bobo pela classe
política brasileira.
Então devemos, com urgência, mudar essa
situação. E como isso deve ser feito? Em primeiro lugar, eu defendo
intransigentemente esse ponto de vista: vamos começar diminuindo o número de
cadeiras dos deputados e dos senadores de tal forma que não assistamos a isto
que está acontecendo.
Eu fui deputado federal. Era apenas um entre 513
deputados federais. Há dificuldade até de cadeiras para todos os deputados
federais poderem sentar. Poderíamos mudar a situação da representatividade
dividindo um Estado, como o de São Paulo, em, por exemplo, dez regiões. Cada
uma dessas regiões elegeria três deputados e esse número, a meu ver, é mais do
que suficiente. Nós teríamos, então, na Assembleia Legislativa, de 30 a 40
deputados. Hoje nós temos mais de 90 deputados nesta Casa. Não são necessários
tantos; esse critério de representatividade regional daria, ainda, a
possibilidade dos eleitores fiscalizarem melhor os seus representantes. E nem
se fala no que diz respeito ao parlamento federal, igualmente inchado na
quantidade de deputados e senadores.
Precisamos, principalmente, de leis que ponham
na cadeia os ladrões deste País; aqueles que embolsaram milhões, bilhões de
reais desviando para seus bolsos recursos que deveriam ir para a Educação, para
a Saúde e para a Segurança Pública. Para moralizar a classe política o primeiro
passo deve ser dado pelo próprio eleitor votando conscientemente; o segundo é
dar a esse eleitor oportunidade de fiscalizar e acompanhar de perto o trabalho
de quem recebeu o seu voto.
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