O Colégio São José, de Batatais, faz parte da
minha vida e também da vida dos meus irmãos Alfeu, Ampélio, Djalma, Geraldo e
Wilson; nele, passei momentos inesquecíveis trabalhando na secretaria e
estudando antes de me mudar para Ribeirão Preto. Como minha família era muito
pobre e não tínhamos condições de pagar pelo ensino nele ministrado eu e meus
irmãos - havendo diferença de dois anos nas idades de uns para outros -
pagávamos o estudo trabalhando na própria escola em período no qual não
tínhamos aulas. Por isto mesmo, lamentei muito não poder participar, no último
dia 6, em função de meus compromissos como deputado na ALESP, da inauguração do
“Claretiano Memorial” concentrando, em Batatais, toda a memória acadêmica e
religiosa dessa obra criada pelo padre
missionário espanhol Antonio Claret que, em busca de melhor servir a Deus,
fundou a Congregação Missionária dos Filhos do Imaculado Coração de Maria,
juntamente com outros cinco padres, em
16 de julho de 1849, numa modesta
sala do seminário de Vich – Espanha, quando se festejava o dia de Nossa Senhora
do Carmo. Fui representado, nesse
evento, pelo ex-prefeito de Serra Azul, Homero Freitas, que ficou maravilhado
com esse “Memorial” cujo projeto arquitetônico tem a autoria de Luiz Eduardo
Siena Medeiros segundo o qual o local
foi inspirado nas atuais técnicas expositivas, com espaços amplos e
limpos sob o ponto de vista arquitetônico e espaçoso pelo tipo de visitação que
poderá ocorrer com as classes de aulas;
o espaço tem controle de luz natural, contando com um cenário neutro e didático e se
utilizando de muita tecnologia.
Conforme explicitou o professor Rodrigo Touso
Dias Lopes, Coordenador do Curso de Especialização em Museografia e Patrimônio
Cultural do Claretiano – Centro Universitário e Responsável pelo Projeto
Museográfico do Memorial - é o único
espaço em nossa região a abrigar um acervo tão rico em objetos escolares e, por
isso, ajuda a contar a história da educação paulista no século XX. No local são
expostas, assim, peças originais de uso dos antigos alunos, como uniformes,
carteiras, cadernos e livros, desde o início do século passado, além de
equipamentos escolares e dos primeiros laboratórios de física e química, como
um planetário alemão do século XIX, além das primeiras máquinas de escrever,
rádios e projetores de filmes antigos.
Essas peças estavam guardadas nas unidades do
Claretiano e vieram para Batatais mostrando que, desde o princípio, o
Claretiano já oferecia uma educação diferenciada com equipamentos bastante
sofisticados para a época. Há anda, no Memorial, um espaço exclusivo com livros
raros autografados pelos autores ao editor José Olympio, homenageado em 1968
com o título de Cidadão Emérito de Batatais e cujo nome foi dado à Faculdade de
Filosofia, Ciências e Letras que integra o complexo educacional do Claretiano –
Centro Universitário.
O “Memorial Claretiano”, em resumo, honra
Batatais e faz justiça a um trabalho do qual participou como professor, antes
de se tornar uma personalidade internacional, o ex-ministro Roberto Campos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário