Welson
Gasparini
Um novo indicador divulgado pelo IBGE no último
dia 13 mostra dados ainda mais alarmantes sobre a problemática do emprego no
Brasil: falta trabalho, lamentavelmente,
para 13,6% das pessoas em idade produtiva no Brasil, o correspondente a 22,7 milhões
de pessoas. Essa é a chamada taxa composta da subutilização da força de
trabalho, agregando a taxa de desemprego, a taxa de desemprego por
insuficiência de horas trabalhadas e a da força de trabalho potencial. Esse
dado soma o contingente de pessoas desocupadas (11,6 milhões), o de pessoas
subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas (4,8 milhões) e a força de
trabalho potencial (6,2 milhões), representando 13,6% do contingente total de
166,3 milhões de pessoas em idade de trabalhar (14 anos ou mais de idade). Tais
dados referem-se ao segundo trimestre de 2016.
Esse complemento traz novos detalhes sobre o
mercado de trabalho, mas não muda o resultado do desemprego para o segundo
trimestre deste ano – em julho, a taxa de desocupação bateu 11,3%, com 11,6
milhões de desempregados; já no trimestre encerrado em agosto - dado mais
atualizado – o número de desempregados chegou a 12 milhões e a taxa, a 11,8%.
Tais indicadores medem a necessidade não satisfeita de trabalho da população.
Abrange, além dos milhões de desempregados, pessoas que estão no mercado
ocupadas mas, por insuficiência de trabalho, poderiam e querem trabalhar mais
horas.
Essa deterioração do mercado de trabalho faz
parte da herança negativa deixada pelo governo petista, cuja incompetência em
enfrentar os problemas econômicos do país trouxe uma perversa realidade: o
desemprego não atinge somente a mão de obra não qualificada (abundante em todo
o país) mas também os trabalhadores qualificados (administradores de empresas,
advogados, jornalistas, enfermeiros, técnicos de nível médio ou superior etc). Assim
– ao lado dos trabalhadores rurais, dos operários da construção civil, dos
metalúrgicos, dos bancários e dos comerciários, entre outras categorias – também
os profissionais de nível superior, muitos deles altamente qualificados, encontram-se
na busca de oportunidades de trabalho num mercado cada vez mais restrito e
competitivo.
O desemprego – não canso de reiterar – é a principal
e mais cruel chaga social brasileira porque nenhum drama é tão grave quanto o
vivido por um cidadão querendo trabalhar – dispondo de capacidade e vontade –
mas não encontrar trabalho. Haverá maior humilhação para um pai de família do
que não dispor de recursos para as despesas básicas da sua casa? O dia de um desempregado, lembro ainda, tem
24 horas como o de qualquer outra pessoa mas, no entanto, demora muito mais a
passar devido a angústia de quem se vê privado de uma ocupação, seja ela qual
for, tornando-se um fardo para si e para sua própria família.
Gerar empregos é, no Brasil e também na região
de Ribeirão Preto de hoje, uma prioridade básica: todo incentivo – tributário, fiscal e de
qualquer outra ordem – deve ser dado a quem queira investir ou empreender. Isto
esperamos dos prefeitos e vereadores a serem empossados no dia 1º de janeiro de
2017: projetos e iniciativas voltadas para a geração de novos postos de
trabalho.
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