Mesmo sendo vice-líder do PSDB na Assembleia
Legislativa e também por ser vice-líder da minha bancada – até para evitar ao
governo honrado de Geraldo Alckmin incorrer num equívoco do qual poderia se
arrepender no futuro – tomei posicionamento claro em relação ao projeto de lei
nº 328 visando a venda de imóveis considerados ociosos pelo Estado. O problema
é que, entre esses imóveis – muitos deles realmente dispensáveis num período no
qual as finanças estaduais sofrem o reflexo da crise econômica vivida pelo país
com a queda na arrecadação de tributos – encontram-se 18 deles utilizados como centros
de pesquisa de grande importância no estado de São Paulo.
Comecei a estudar esse assunto principalmente
pelo fato desse projeto atingir, em Ribeirão Preto, um imóvel localizado na avenida
Bandeirantes, 2419. Acontece que, nesse local, estão situadas a sede e demais
edificações do Polo Regional de Desenvolvimento Tecnológico do Centro Leste da
Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios. Esse centro de pesquisas
existe desde 1934 e abriga, em seu quadro funcional, 16 pesquisadores doutores,
25 funcionários de apoio e um engenheiro agrônomo trabalhando em parcerias com
entidades nacionais e internacionais. Minha ideia inicial era pedir a exclusão
desse imóvel da relação constante desse projeto, mas, ao constatar que dela
constam outros centros de igual nível, decidi solicitar sua imediata retirada
pelo governo de modo a revisá-lo e readequá-lo em conformidade com o próprio
interesse público.
Infelizmente o governo, certamente mal
assessorado, apresentou à Casa um projeto gerador de revolta pelo prejuízo que
poderá trazer à pesquisa e à ciência paulistas. Quanto a outros imóveis nele
relacionados - comprovadamente desinteressantes
para o Estado - nada tenho a opor, mesmo porque não possuem justificado
interesse social.
Aproveitei, inclusive, em pronunciamento feito
da tribuna na sessão do último dia 21 de junho, para cumprimentar meu colega, o
nobre deputado Carlos Neder, pela ação proposta em juízo que possibilitou à
ALESP analisar com celeridade, mas também com profundidade, esse projeto em tão
má hora encaminhado para sua apreciação.
Há cerca de 15 dias, falei com o líder do
Governo e com o líder da bancada de meu partido, o PSDB, tomando uma posição firme
e, já então, pedindo o reexame desse assunto. Durante esse período, estudei
profundamente essa questão e, portanto, como integrante do partido apoiador do
governo, senti-me à vontade para apelar ao governador no sentido de retirar
esse projeto para, com urgência, reexaminá-lo e corrigir os pontos questionados. Minha consciência, frisei, me impede de
aceitar essa aberração danosa para o campo social e científico de um Estado
sempre orgulhoso da sua merecida liderança como polo educacional e tecnológico.
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