quarta-feira, 9 de março de 2016

DESEMPREGO: A GRANDE TRAGÉDIA BRASILEIRA


Welson Gasparini

A rápida deterioração do mercado de trabalho, acelerada pela incompetência do governo petista em enfrentar os problemas econômicos do país, mostra uma nova e perversa realidade: o desemprego não atinge somente a mão de obra não qualificada (abundante em todo o país), mas, também, os trabalhadores qualificados (administradores de empresas, advogados, enfermeiros, técnicos de nível médio ou superior etc). Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego, divulgados com destaque no jornal “Estadão” revelam: em 2015, 115 mil postos de trabalho com carteira assinada foram fechados para brasileiros com ensino superior incompleto ou completo.
Essa retração marca uma virada preocupante: enquanto de 2004 a 2014 o Brasil sempre criou empregos para os mais escolarizados, em 2015 – primeiro ano do segundo governo da presidente Dilma – esse quadro mudou. Assim - ao lado dos trabalhadores rurais, dos operários da construção civil, dos metalúrgicos, dos bancários e dos comerciários, entre outras categorias -  também os profissionais de nível superior, muitos deles altamente qualificados, encontram-se na busca de oportunidades de trabalho num mercado cada vez mais restrito e competitivo.   
No meu ponto de vista o desemprego é, de longe, a principal chaga social brasileira porque não existe drama tão grave quanto o vivido por um cidadão que quer trabalhar – tendo capacidade e vontade – mas não encontra trabalho. Haverá maior humilhação para um pai de família do que não dispor de recursos para as despesas básicas da sua casa? Não poder atender o pedido de um filho? Não poder suprir a própria despensa? O dia de um desempregado tem 24 horas como o de qualquer outra pessoa, mas, no entanto, demora muito mais a passar devido a angustia de quem se vê privado de uma ocupação, seja ela qual for, tornando-se um fardo para sua própria família.
Gerar empregos é, no Brasil de hoje, a prioridade básica de qualquer governo, seja ele federal, estadual ou municipal; todo incentivo deve ser dado a quem queira investir ou empreender. Mas não é, lamentavelmente, o que acontece num pais onde a carga tributária e os juros elevadíssimos cobrados pelas instituições financeiras desencorajam qualquer empreendedor. O empresário brasileiro -  seja ele industrial, comercial, rural ou prestador de serviços – está sempre remando contra a maré porque não encontra estímulo para produzir e o seu lucro, em margem desigual, é dividido com um governo perdulário e inconsequente.
De qualquer forma, não podemos perder a esperança em dias melhores, porém, dentro de uma perspectiva realista: esses dias melhores só virão se houver mudanças capazes de devolver o otimismo que sempre foi uma característica do brasileiro. Do jeito que está, definitivamente, não dá para continuar.

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