Welson Gasparini
“O lobo perde o pêlo, mas não perde o vício”
é um ditado popular de origem portuguesa mostrando a realidade de quem vive
dubiamente, que é uma coisa mas finge ser outra. O governo do PT, sempre ávido
por recursos privados para suprir sua deficiência no uso do recurso público, trabalha
para implantar novamente no Brasil a famigerada CPMF (Contribuição Financeira
sobre Movimentação Financeira), o temido “imposto do cheque” e, agora, para
torná-lo palatável e diminuir resistências cogita de mudar a proposta original
isentando desse imposto trabalhadores que ganhem até três salários mínimos, ou
seja R$ 2.640,00 por mês.
Essa CPMF seletiva é um dos maiores
absurdos que já tomei conhecimento em minha vida pública até mesmo pela
dificuldade de aplicá-la porque a movimentação financeira, lamentavelmente, não
é seletiva e o aumento do custo de vida atinge, indiscriminadamente, tanto quem
ganha menos como quem mais de três salários mínimos mensais.
E a população brasileira, no seu dia a
dia, sente na pele o aumento do custo de vida, agravada pela incapacidade do
governo federal em conter a inflação. O Congresso, portanto, precisa ter
firmeza para impedir a aprovação da CPMF e a população, por outro lado, precisa
estar vigilante para acompanhar o comportamento dos seus representantes,
exigindo deles fidelidade ao eleitor e não ao governo. Como a proposta exige quórum
qualificado e o atual governo não tem credibilidade, vai ser muito difícil a
reimplantação desse tributo tão detestado pelo brasileiro. Mesmo porque todos
sabemos que esse dinheiro não irá – ao contrário do preconizado - para a área
da saúde mais sim para cobrir o déficit de um governo comprovadamente
competente para arrecadar, mas totalmente incapaz de aplicar o arrecadado em
serviços públicos com um mínimo de qualidade.
Todos concordam que a CPMF será o
segundo maior desafio do atual governo; o primeiro deles será impedir o impeachment
da Dilma Rousseff, pois antes de encerrar esse capítulo será impossível criar
um novo imposto.
O fracasso no combate à inflação ficou
oficializado no último dia 08 quando o IBGE divulgou o IPCA (Índice Nacional de
Preços ao Consumidor) de 2015 com uma alta acumulada e 10,67%, resultado 4,16
pontos percentuais acima do teto da meta inflacionária fixada pelo Banco Central
de 6,5%. Trata-se da maior taxa registrada desde 2002 quando atingiu 12,53%; em
2014, o IPCA fechou o ano em 6,41%, abaixo da meta então fixada pelo Banco
Central que era de 6,5%.
A demagogia de “seletizar” a CPMF não
passará porque, tenho fé, seletiva ou não, essa sangria morrerá no nascedouro
porque nem o trabalhador e nem o empresário suportam mais uma carga tributária
injusta, cruel e desumana impingida a todos os brasileiros!
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