“O
governo precisa entender que não se deve cortar recursos da saúde sob pena de
contrariar preceito constitucional...”
O setor de assistência à saúde da população
brasileira, infelizmente está uma “tragédia” apesar da constituição brasileira
ser muito clara quando afirma: “a saúde é uma obrigação do Estado e um direito
das pessoas”. Na prática, lamentavelmente, esse preceito constitucional não
está acontecendo.
Além dos recursos, reservados pelos poderes
públicos, serem insuficientes na área da saúde tais recursos – o que considero
mais grave – sofrem da falta de planejamento sério e, muitas vezes, acabam
sendo desviados, de maneira cruel, para o bolso de espertalhões.
Nessa área da saúde, vale ressaltar, os
Hospitais Beneficentes e as chamadas Santas Casas, regra geral, estão
endividadas, praticamente inadimplentes.
E, como resultado desse endividamento, não conseguem atender com
eficiência todos quantos os procuram. Seus dirigentes – em grande parte
idealistas e bem-intencionados - apelam e buscam auxílios oficiais, incluindo
as chamadas “verbas parlamentares” para o enfrentamento diário do desequilíbrio
orçamentário.
Lógico que muitos são os fatores a provocarem a
falta de recursos nas Santas Casas e Hospitais Beneficentes, sendo um deles,
contudo, incontestável: a chamada tabela SUS, utilizada para remunerar os
procedimentos médico-hospitalares, há mais de dez anos não sofre atualizações.
Como é possível manter os atendimentos
hospitalares, inclusive as internações, com remuneração baseada em valores
estipulados pela chamada tabela SUS defasada há mais de dez anos?
Isto é verdade ou é mentira?
Está provado: é verdade. Então é urgente os
nossos governantes corrigirem este absurdo e elaborarem uma tabela correta de
modo a cobrir o custo dos serviços, garantindo o equilíbrio financeiro das
Santas Casas e hospitais beneficentes.
Também é verdade que, com os cortes previstos
pelo governo no orçamento federal, o déficit previsto para a área da saúde em
2016 pode chegar a R$ 10 bilhões comprometendo não apenas os atendimentos de
média e alta complexidade nos hospitais como, ainda, programas como a Farmácia
Popular e ações da Fundação Nacional da Saúde (FUNASA).
O governo precisa entender que não se deve
cortar recursos da saúde sob pena de contrariar o preceito constitucional
estabelecendo-a como “dever do Estado” e “direito de cidadão“. Ainda na última
quinta-feira (18 de outubro) aconteceu uma reunião da Frente Parlamentar de
Saúde, presidida pelo deputado Osmar Terra (PMDB-RS) com o ministro da Saúde,
Marcelo de Castro, quando foi decidido um “grande esforço” para a população não
encontrar um caos ainda maior no SUS em 2016.
Tomara, desse esforço, resultem medidas
concretas em favor da saúde pública que devem ser iniciadas, a meu ver, pela já
inadiável correção da tabela SUS sob pena de vermos mais santas casas e
hospitais beneficentes fechando suas portas ou reduzindo drasticamente a
quantidade e a qualidade do atendimento prestado aos seus beneficiários.
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