Welson Gasparini
Volta e meia eu faço questão de
focalizar em artigos ou pronunciamentos na ALESP o meu inconformismo diante do
uso do cigarro devido suas consequências funestas para a saúde e a vida
humanas.
O tabagismo - vale lembrar - é
responsável por cerca de 50 doenças diferentes, principalmente as
cardiovasculares, tais como a hipertensão, o infarto, a angina e o derrame. É
responsável também por muitos tipos de cânceres: do pulmão, da boca, da
laringe, do esôfago, do estômago, de pâncreas, de rim e de bexiga, além de
morte pelas doenças respiratórias obstrutivas, como a bronquite.
Quem mostra a gravidade dessa questão
é um amplo estudo – realizado por pesquisadores da Universidade Nacional da
Austrália - com mais de 200 mil pessoas confirmando:
dois a cada três fumantes, caso continuem fumando, morrerão de doenças relacionadas
ao cigarro; esse estudo é a primeira evidência científica independente com uma
amostra populacional tão grande a fornecer evidências quanto à taxa de mortalidade
ligada ao tabagismo.
O estudo mostrou, ainda, que os
fumantes têm o risco três vezes maior de morte prematura e morrerão, em média,
cerca de 10 anos antes dos não fumantes.
Eu chamaria a atenção do leitor deste
artigo, eventual fumante, para um fato concreto: eu não estou inventando esses
dados; eles resultam de um estudo criterioso e abrangente realizado por pesquisadores
da conceituada Universidade Nacional da Austrália.
Quando esse leitor estiver fumando
deve pensar nisto: a possibilidade de morrer 10 anos antes daqueles que não
fumam ou morrer, ainda, muito antes em função de um dos muitos tipos de
cânceres provocados pelo cigarro.
Segundo os autores do estudo, até recentemente
estimava-se que metade dos fumantes morreria por causa do cigarro; um estudo
posterior, feito com voluntários pela Sociedade Americana de Câncer, já indicava:
a
morte pelo cigarro poderia atingir 67% dos fumantes.
A Organização Mundial de Saúde afirma:
o cigarro deve ser considerado uma
pandemia, ou seja, uma epidemia generalizada e, como tal, precisa ser
combatido. Esses estudos mostram que os fumantes, comparados aos não fumantes,
apresentam um risco dez vezes maior de adoecerem de câncer de pulmão, cinco
vezes maior de sofrerem infarto, cinco vezes maior de sofrerem de bronquite
crônica e enfisema pulmonar e duas vezes maior de sofrerem derrame cerebral.
Gostaria de lembrar ainda, como fato
positivo: a Agência Nacional de Vigilância Sanitária - Anvisa aprovou algo que
valerá a partir do próximo mês de janeiro: uma advertência estampada nos maços
dos cigarros dizendo: “Este produto causa câncer. Pare de fumar”. Abaixo haverá
o símbolo do Disque Saúde, serviço trazendo orientação para quem quer combater
a dependência do cigarro. Tais dizeres estarão escritos em branco sobre um
fundo preto e deverá ocupar 30% da face frontal da embalagem do cigarro.
Sei que não é fácil parar de fumar.
Quem já tem esse vício sabe de muitas coisas que estou repetindo agora, mas, infelizmente,
não consegue largá-lo. Se perdemos e continuamos perdendo vidas devido esse
vicio é importante orientarmos – nas escolas e nos lares - os jovens a evitá-lo
da mesma forma como devem evitar a cocaína, a maconha e outros tipos de drogas
lícitas ou ilícitas.
O prazer de tragar o cigarro deve,
portanto, ser combatido sem tréguas, porque, comprovadamente, é fatal.
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