segunda-feira, 3 de agosto de 2015

DESEMPREGO: A MAIOR DAS TRAGÉDIAS BRASILEIRAS



Welson Gasparini

Verdadeiramente não existe trabalho degradante; todo trabalho dignifica quem o executa, seja ele qual for. O que degrada, humilha e envergonha a pessoa é ela ter potencial, energia, habilidade e não encontrar oportunidade para utilizar esse potencial, essa energia e essa habilidade. Das tragédias modernas, agravadas nos últimos meses pela atual recessão vivida pelo país – com empresas fechando suas portas ou reduzindo o seu quadro de pessoal – nenhuma é mais triste e mais desumana do que a do desemprego. E o desemprego, gostemos ou não, cresce assustadoramente em todos os rincões deste nosso imenso país. Na região metropolitana de São Paulo, a taxa de desemprego – segundo o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (DIESE) subiu de 12,9% em maio para 13,2% em junho. O numero de desempregados em junho, apenas na região metropolitana de São Paulo, foi estimado em 1,467 milhão de pessoas, 32 mil a mais do que em maio (1,435 milhão). De acordo com o Dieese, o resultado decorre da redução do nível de ocupação (eliminação de 42 mil postos de trabalho, ou -0,4%) e da relativa estabilidade da População Economicamente Ativa (saída de 10 mil pessoas na força de trabalho da região, ou -0,1%). Esse resultado decorreu das reduções nas contratações no setor de serviços (-1,1%, ou eliminação de 63 mil postos de trabalho) e, em menor proporção, na indústria de transformação (-0,5%, ou -7 mil) e na construção (-0,4%, ou -3 mil); esses setores não foram compensados pelo aumento nas contratações no comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas (2,5%, ou geração de 41 mil postos de trabalho).Segundo o levantamento, houve diminuição de 0,9% no número de assalariados em junho em relação a maio. No setor privado, houve queda entre os sem carteira de trabalho assinada de 6,7%, enquanto os com carteira tiveram alta de 0,3%. Houve alta no contingente de autônomos, de 0,2%, e queda no de empregados domésticos (-2,1%). No Rio de Janeiro, segundo levantamento do Clube de Diretores Lojistas, 33 dos 60 estabelecimentos comerciais da Rua da Carioca, encerraram atividades; entre janeiro e maio deste ano mais de 1.280 estabelecimentos comerciais do município fecharam as suas portas; em todo o estado, foram extintas mais de 3.290 empresas.
Dentro desse panorama adverso Ribeirão Preto não tem do que se orgulhar: segundo dados do CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) a cidade, apenas no primeiro semestre deste ano, fechou 1734 postos de trabalho; no acumulado dos últimos 12 meses já são 4070 vagas de empregos fechadas, sendo 113497 demissões contra 117567 demissões.
O desemprego, eis outro dado desalentador, atinge desde profissionais extremamente qualificados até quem não tenha qualificação nenhuma; desde doutores com mestrados até analfabetos. É uma multidão crescente querendo trabalhar, podendo trabalhar e, no entanto, não encontrando oportunidades para exercitar o seu trabalho.
Até quando persistirá essa situação do cidadão honesto, cumpridor de suas obrigações, ficar fora do mercado com sacrifício do bem-estar e até mesmo da sobrevivência da sua família? 

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