Welson Gasparini
Quem acompanha minha atividade legislativa sabe: sou
antitabagista militante. Não me canso em proclamar os malefícios do cigarro e
em tentar convencer, até mesmo alguns dos meus colaboradores e amigos muito
queridos, a abandonarem – em benefício de suas próprias vidas – esse vício letal.
Nem sempre, claro, sou bem-sucedido na minha pregação porque o cigarro, como
qualquer outro vício, exige muita força de vontade e muita determinação para
ser abandonado.
O dia 31 de maio foi instituído pela Organização Mundial de Saúde como o “Dia Mundial
sem Tabaco”. Não é, claro, uma data para ser comemorada, mas, sim, vista como
referencial da luta sem tréguas da própria humanidade contra um dos seus mais
devastadores inimigos e um alerta candente sobre as doenças e mortes a todo
momento provocadas por essa droga conhecida como fumo. São mortes claramente evitáveis, daí a
importância de campanhas educativas despertando, sobretudo nos jovens, a
consciência do risco que acompanha e persegue todo fumante.
Segundo relatório da própria Organização Mundial de Saúde, cinco milhões de fumantes
morrem por ano devido a doenças relacionadas ao cigarro. É como se 8 populações de cidades do porte de Ribeirão
Preto, com seus mais de 600 mil habitantes, desaparecessem do mapa em apenas um
ano. O fumo, ouso dizer, é uma das piores – senão a pior - tragédia enfrentada pela humanidade. Fiz uma
pesquisa sobre os grandes acidentes naturais acontecidos no mundo, a partir das
inundações do rio Amarelo, na China, em 1556, quando mais de 830 mil pessoas
morreram e constatei: nenhuma dessas tragédias (ai incluindo os terremotos, maremotos
e tsunamis) matou tanto quanto mata o cigarro diariamente, semanalmente,
mensalmente e anualmente.
O naufrágio do Titanic, tão celebrado até no cinema, matou
menos de 2 mil pessoas; as bombas de Hiroshima e Nagasaki (que apressaram o fim
da segunda guerra mundial, provocando a rendição incondicional do Japão)
mataram menos de 400 mil pessoas. Já o cigarro, esse infame vilão, mata cinco
milhões de pessoas por ano e continua impune, livre e solto para provocar novas
vítimas.
Tomo
conhecimento de uma boa notícia: profissionais da Saúde, em todo o Brasil, vão
realizar campanhas para demonstrar os malefícios do fumo - o que, por sinal, já
deveria estar acontecendo, sistematicamente, há muito tempo. Estudo do
Ministério da Saúde mostra um dado preocupante: 80% dos fumantes acenderam o
primeiro cigarro com menos de 20 anos e 20% com menos de 15 anos de idade.
Muitos dos atuais fumantes foram sugestionados pelo glamour dos antigos filmes,
nos quais astros e estrelas - certamente subvencionados pela indústria do fumo
- apareciam tragando cigarros de aparência inocente. Quem não se lembra do
cavaleiro do Marlboro, ele mesmo morto com câncer no pulmão?
Indago: por que as autoridades ainda
toleram o cigarro e permitem sua livre comercialização? Fazem guerra contra a
cocaína, a maconha, a heroína - e devem fazer, mesmo - mas não fazem nada contra
o cigarro. Reitero sugestão que já dei ao governador Alckmin: aumente os impostos sobre o cigarro e isente
de impostos os medicamentos. Dê, portanto, prioridade à vida e não à morte.
Nenhum comentário:
Postar um comentário