Dr. Luiz Gaetani |
Welson Gasparini
A pessoa vive naquilo que fez
pelo próximo; na família constituída; nas amizades consolidadas; na lembrança
de quem beneficiou. Assim eu vejo a morte recente do médico Luiz Gaetani – que
também foi vereador em Ribeirão Preto e secretário da Saúde na minha terceira
administração como prefeito dessa cidade: ele continua vivo, entre outras das
suas realizações, na Casa do Vovô, desde 26 de março de 1978 dando abrigo,
alimentação e calor humano aos idosos desamparados.
Fazer o bem – não importa a quem
– realmente faz a diferença e, conforme afirmava, com a sabedoria própria de
quem pratica o que fala, Mahatma Gandhi: “quem não vive para servir, não serve
para viver”. Gaetani foi, durante muitos anos, médico do Botafogo FC, colocando
sua sabedoria de médico ortopedista a serviço dos atletas e funcionários
daquele clube, daí o presidente Gerson Engracia Garcia ter decretado luto
oficial de três dias. Também foi um líder espírita tendo sido um dos fundadores
do Centro Espírita “Cinco de Setembro”, assim denominado por ser a data do
falecimento de seu pai Emanuel Gaetani. Esse amor filial também foi manifestado
ao inaugurar a “Casa do Vovô” num dia 26 de março, data de nascimento de
Emanuel. Esse lado família de Luiz Gaetani igualmente sobreviverá ao seu
desencarne terreno, pois continuará vivo na esposa, dona Vera Regina, nos
filhos, netos e bisnetos.
A grande obra social dos Gaetani,
sem qualquer dúvida, é a Casa do Vovô criada, com um grupo de amigos, para
atender uma faixa esquecida da população. Tive oportunidade de visita-la em
várias oportunidades e sempre me comovo com o modo como são tratados os seus
moradores. Muitos beneméritos podem ser citados na história da construção desse
Lar numa área adquirida pelo casal Vera Luiz Gaetani; alguns (como o engenheiro
Norberto Dutra e o arquiteto Dorval Soave) contribuindo com o seu trabalho
profissional; outros com doações (entre tais Walter Alves de Oliveira, Camilo
Cury, Maria Pia Matarazzo, Quico Calil, Luiz Roberto Marin, José Roberto Marin
e Moacir Castelli).
Uma história, felizmente, com
final feliz, complementada com a criação da “Casa da Amizade”, onde idosos
pagantes contribuem para a manutenção, na “Casa do Vovô” daqueles que não podem
pagar. Tanto uns quanto outros, entretanto, recebendo o mesmo atendimento e
tratamento humanitário.
O bem, acredito, imortaliza quem
o pratica; é o caso, assim, do meu já saudoso amigo Luiz Gaetani que soube, em
vida, semear boas sementes.
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