Welson Gasparini
Uma tradição, no Brasil, leva o povo
a desacreditar dos seus líderes e governantes: as PROMESSAS, mentirosas e
mirabolantes, feitas durante as campanhas eleitorais e depois esquecidas pelos
vitoriosos quando empossados e no exercício de suas atribuições.
Como candidatos – traçando um mundo
ideal - dão a entender serem possuidores
de fórmulas mágicas, capazes de solucionar os graves problemas sociais. Falam
na criação de empregos, valorização dos salários, escolas para todos e
prioridade para a área de saúde como se tudo isto dependesse apenas da vontade
de cada um e não de toda uma conjuntura social e econômica. Isto aconteceu com
a presidente Dilma, embriagada pelo poder, que não hesitou em esconder a
realidade para mostrar, ao eleitorado, imagens de um Brasil apenas sonhado!
Já no discurso de posse, mudou o
enfoque, pedindo paciência aos eleitores que nela confiaram e apelando para
todos estarem dispostos a sacrifícios inauditos. É o povo (tanto empresários quanto
trabalhadores) sendo convocado a pagar mais e maiores impostos, a aguentar
arrocho salarial e uma inflação facilmente detectável nas feiras e nos
supermercados; os trabalhadores, maiores vítimas desse engodo, são compelidos a
abrir mão de vantagens e conquistas transformadas em leis que estão sendo
revogadas. O resultado é o que se viu no dia 15 de março e no último dia 12 de
abril: milhões de brasileiros indo às ruas para protestar contra a corrupção, o
desgoverno e, sobretudo, a falta de sintonia entre o prometido e o colocado em
prática.
Se o discurso da campanha eleitoral
fosse realista, dando ao povo a possibilidade de conhecer a real gravidade dos
seus problemas, saber como eles foram criados e quais as alternativas possíveis
para resolvê-los, talvez a indignação popular não chegasse ao volume verificado
nas últimas manifestações.
Como exemplo de leviandade posso
citar o modo como é reajustado o salário mínimo e, sobretudo, as aposentadorias
e pensões de brasileiros que deram tudo de si durante os melhores anos de suas
vidas e são humilhados, ano após ano, com a alarmante defasagem dos seus rendimentos.
Contestam, nas campanhas, o famigerado “fator previdenciário” e nada fazem para
eliminá-lo.
Temos uma tradição histórica de
injustiças sociais; o Brasil foi o último país do mundo a abolir a escravidão,
só ocorrida no final do século 19, ainda assim para atender o clamor do próprio
povo e dos países não escravagistas.
É tempo de mudar. Mas a pregação da
mudança não deve ser feita apenas como propaganda eleitoral ou como intenção de
candidato em campanha. As mudanças devem
ser concretizadas, entendo, com novas leis e novos projetos capazes de
tirar nossa gente da condição de “ povo
sofrido” para transformá-la em povo desenvolvido econômica e socialmente, sem
ter de conviver com as injustiças e desigualdades ainda tão presentes neste
país; igualmente, com uma postura honesta e realista dos candidatos quando na
busca do voto popular; mentira, afinal, tem perna curta.
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