Welson Gasparini
A assistência aos mais pobres,
principalmente aos que se encontram em situação de miserabilidade, é dever dos
governantes; merecem elogios, assim, todas as iniciativas do poder público na
área social, principalmente às voltadas para matar a fome dos indigentes. Que
isto seja feito, porém, sem demagogia e sem intenção de tirar proveitos
políticos, mas, verdadeiramente, para atender as emergências criadas por uma
péssima organização social que propicia, num país tão rico quanto o nosso, a
existência de milhões de excluídos dos direitos básicos dos cidadãos, entre
tais o da alimentação.
Para o trabalhador sadio é humilhante
receber, como esmola, uma cesta básica. Conforme os versos de Luiz Gonzaga “dar
esmola para um homem que é são, ou mata de vergonha ou vicia o cidadão”. O
cidadão sadio não se conforma em viver da caridade alheia e nem deseja se
desfazer de sua própria dignidade para adquirir o vício da ociosidade premiada
com dádivas do tipo “salário família”. O que ele quer não é esmola, é emprego;
é oportunidade de trabalhar para, com a renda desse trabalho, garantir sua
subsistência e a de sua família.
Entre as fontes de empregos
existentes em nosso país uma delas, sem qualquer dúvida, é a agricultura.
Milhões de famílias têm sua renda doméstica originada do trabalho em setores
como a cana de açúcar, o café, frutas, soja, amendoim, algodão, milho, feijão e
tantos outros produtos atualmente cultivados com técnicas modernas e ensejando
tanto altos índices de produtividade quanto sucesso nas exportações
brasileiras. Pela sua dimensão, o território brasileiro apresenta
características regionais bem diferentes, havendo espaço para diversos tipos de
exploração do solo; em algumas regiões, consegue-se maior produção e
produtividade em grandes propriedades mediante o uso de equipamentos e máquinas
dotadas de alta tecnologia; em outras, é possível e até recomendável a chamada
“agricultura familiar” ou “agricultura de subsistência”. Para os dois tipos de
produção, cabe ao governo dar atenção e estímulos; através da “agricultura
familiar” é possível fixar inúmeras famílias no campo, aliviando a concentração geográfica urbana,
diminuindo o número de desocupados e fazendo pequenos proprietários que, com o tempo,
apoiados pelo poder público, poderão
ampliar suas atividades; também a produção em larga escala merece ser
estimulada para o Brasil continuar a ser um grande produtor cumprindo,
assim, sua vocação para “celeiro
do mundo”.
O assistencialismo, reitero, é válido
em situações emergenciais; não pode, jamais, se constituir numa prática
continuada, num tipo de política pública voltada para incentivar o ócio e não o
trabalho; o parasitismo e não a produção. A meta, o foco, da ação governamental
deve ser voltada, sempre, para o desenvolvimento econômico, única formula
sustentável de gerar empregos e, claro, paz social.
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