Welson Gasparini
Li
recente artigo do jornalista Luis Otávio Martins, editor-chefe de “O Diário de
Barretos” (uma das expressões da imprensa interiorana pela sua respeitabilidade
e tradição) no qual ele aborda uma questão crucial da atualidade: a importância
do brasileiro despertar para a cidadania e fazer do seu voto, na próxima
eleição de outubro, um instrumento para mudanças essenciais. Concordo com o
articulista: seria muito bom se o brasileiro se interessasse tanto pela escolha
de seus representantes quanto pela escalação do time de seu coração ou pelo
desempenho do Brasil na Copa. Desde 12 de junho os assuntos principais, em
todas as rodas, giram em torno do futebol decepcionante até agora apresentado
pelo time do técnico Felipão, da surpresa representada pela Costa Rica, da
decepção provocada pela eliminação precoce da Espanha, das goleadas impostas
pela Holanda e pela Alemanha etc etc.
A
Copa acontece justamente quando os partidos políticos, obrigados pelo calendário
eleitoral, realizam convenções para definir os nomes daqueles que disputarão os
votos de todos nós para nos representarem como deputados, senadores,
governadores e presidente da república. Logicamente, a emoção do futebol supera
a da política, principalmente para os cidadãos comuns, muitos deles só
lembrados pelos políticos a cada dois anos, mais especificamente nos meses
anteriores ao processo de votação.
Conforme tenho comentado – e Luis Otávio enfatiza – “o eleitor brasileiro tem
dado seguidas demonstrações de descrença no modelo atual, ora simplesmente
deixando de comparecer às urnas, ora votando nulo e em branco, ou ainda
escolhendo candidatos ‘folclóricos’, que nada contribuem para a democracia após
assumirem os cargos e usufruírem das muitas regalias oferecidas”. Em outubro,
teremos mais uma chance de iniciar um processo de depuração dos eleitos que
certamente não se encerrará somente numa eleição, mas que precisa ser
continuado para que tenhamos em nossas casas legislativas e sedes de governo,
pessoas comprometidas com o bem comum, ao invés de simplesmente atenderem aos
próprios interesses ou dos grupelhos que representam.
O
grande fato de 2014 para o cidadão brasileiro – também concordo com o jornalista
- não deveria ser a Copa, mas sim a Eleição. Realmente: a Copa passa e o país,
seja qual for o vencedor, continuará disputando o grande campeonato da vida. A
Copa do dia-a-dia é permanente, como permanentes são os nossos sonhos de um
país onde haja segurança, saúde, habitação e, sobretudo, educação para o grande
craque deste país: o cidadão que trabalha, paga
elevadíssimos impostos e é
obrigado a conviver com deficiências básicas em todos essas áreas fundamentais...
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