O Brasil tem muitos problemas graves
a serem resolvidos mas, na minha opinião,
o número um tem nome: corrupção.
Em pronunciamento que fiz na tribuna
da Assembleia Legislativa recentemente chamei a atenção para uma noticia
publicada no jornal “Valor Econômico” relatando a seguinte pergunta a uma
plateia de cerca de 500 executivos de empresas do país reunidos num evento
nacional: sua organização poderia participar de atos de corrupção? A resposta,
de forma anônima (é claro!) obteve o seguinte resultado: 62% admitiram que a
sua organização, isto é, a sua empresa, poderia participar de atos de
corrupção; 21% negaram a possibilidade e 17% não souberam responder.
Eu acho que, os que não souberam
responder, talvez pensassem em dizer ‘sim’ quando surgisse uma possibilidade de
participar de atos de corrupção. Neste mesmo evento, nesta mesma concentração
de 500 grandes empresários, foi feita também uma outra pergunta, esta envolvendo os concorrentes: se existe a crença de que estes
poderiam se valer de práticas ilegais para terem vantagens em contratos com o
setor público. Resposta: 85% disseram achar que seus competidores podem, sim,
corromper os agentes públicos.
Quando o general De Gaulle, na década
de 50, teria afirmado não ver o Brasil como “um país sério”, foi um escândalo. Será que mudou alguma coisa de lá para cá? Numa outra pesquisa, publicada pela “Folha de
S. Paulo”, repórteres saíram às ruas e perguntaram às pessoas: “se você
estivesse em Brasília e tivesse condições você faria o mesmo que muitos
políticos e administradores públicos fazem, faturando verdadeiras fortunas em
atos de corrupção?” Sessenta e dois por cento das pessoas responderam: “é
lógico, não sou bobo!”.
A corrupção, infelizmente, está
banalizada. O Brasil vive, indiscutivelmente, uma crise de valores morais,
éticos e espirituais e, com isto, a malandragem campeia em todos os setores e
não apenas na política.
Chico Xavier, um grande líder
espírita, em um de seus livros diz o seguinte: “Rezem, rezem muito pelos
políticos e administradores públicos, porque as tentações que recebem são muito
grandes”. E é verdade. Recentemente, quando o papa Francisco estava falando a
um grupo de jovens no Brasil e lhe perguntaram o que se poderia fazer para
corrigir essa malandragem, essa corrupção... Francisco respondeu: “ingressem na
política porque a política quando feita com seriedade, com decência e com
dignidade, é a maior demonstração de amor ao próximo que se pode ter.”
Por meio da política, podemos ter
leis melhores, mais efetivas; podemos dar ao nosso País uma organização social
séria. A política, reitero, pode colocar o Brasil no rumo certo se o eleitor
também fizer a sua parte escolhendo bem os seus representantes...
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