Em artigo que escrevi no ano passado,
ao ensejo dos 174 anos de Batatais, deixei muito claro o meu orgulho em ter
nascido e passado a minha infância naquela querida cidade da região da Mogiana
onde, também, iniciei e concluí os meus estudos primários e secundários; lá, também, nasceram meus 6 irmãos e lá o meu pai,
ao lado da minha mãe, ganhou a vida
como pedreiro e pequeno construtor; por contingências do destino, mudei-me para
Ribeirão Preto e lá construí minha carreira profissional e política sem jamais,
entretanto, negar minha origem.
Embora comemorando sua fundação em 14
de março porque, em 1839, o Presidente da Província de São Paulo, Dr. Venâncio José Lisboa,
promulgou a Lei n° 128, decretada pela Assembleia Provincial, tornando a
freguesia de Batatais uma Vila, Batatais tem muito mais de 175 anos. As
primeiras notícias sobre aquela querida cidade datam do final do século XVI
quando ela, como “Paragem do Batatais”, era habitada por índios caiapós. Por
ela também passou o bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva, o Anhanguera, na sua
busca de ouro, a caminho de Goiás. O nome Batatais aparece, ainda, em
documentos legais na doação de uma sesmaria com esse nome, em 5 de agosto de
1728, pelo governador da capitania de São Paulo, Antônio da Silva Caldeira
Pimentel, a Pedro da Rocha Pimentel.
Em 1801, Batatais era um povoado de meia dúzia de
casas humildes e, nove anos depois, já tinha um pequeno cemitério e recebia o
nome de Arraial de Batatais; em 1814, já existiam capelas e povoados na região.
No dia 25 de fevereiro de 1815, o capitão-geral da Capitania de São Paulo,
atendendo os desejos dos moradores do Arraial de Batatais, levados ao Bispo de
São Paulo, pediu ao Príncipe Regente, futuro Dom João VI, que o Arraial dos
Batatais fosse elevado à categoria de Freguesia de Bom Jesus da Cana Verde. O
Príncipe Regente atendeu ao pedido e o local foi transformado em freguesia, sob
a proteção do Senhor do Bom Jesus dos Batatais, incluindo territórios situados
entre os Rios Pardo e Sapucaí. No final do século 19, Batatais se tornou um dos
focos da imigração italiana quando, então, os Gasparini nela se fixaram. Meu
pai Vitório e seus três irmãos (Felício, João e Fioravante) para meu orgulho,
conforme relatou-me o jornalista Thomaz Roberto – ativo pesquisador da história
batataense - trabalharam, como pedreiros, na construção da Igreja Matriz que,
em 2011, completou 60 anos.
Batatais, para mim, portanto – assim
como era Itabira para o poeta Carlos Drummond de Andrade – não é apenas um
retrato na parede mas, sim, uma presença muito viva na minha memória e no meu
coração!
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