quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

AUTOMÓVEL PAGA MENOS IMPOSTO DO QUE REMÉDIO...



Eis um dado que me deixa ao mesmo tempo estarrecido e indignado: o imposto cobrado de automóvel é menor do que o cobrado pelo remédio. Como é que pode uma coisa dessas, se na Constituição da República está escrito que a saúde é um direito do povo e dever do Estado a garantia da saúde desse mesmo povo?
O clamor pela desoneração dos medicamentos ganha, a cada dia, maior vigor. Vi, no jornal “Folha de S. Paulo” uma notícia que, espero, provoque  em Brasília uma reação bem grande ensejando a desoneração de remédios. A notícia, divulgada pela “Folha de S. Paulo” diz: “o presidente da Câmara Federal, deputado Henrique Eduardo Alves e o presidente do Senado, Renan Calheiros, receberam um caderno com mais de dois milhões e seiscentas mil assinaturas de pessoas pedindo a redução de imposto sobre medicamentos no País. Tal abaixo-assinado é resultante da campanha “Sem Imposto Tem Remédio”.
Tenho orgulho de dizer: assinei esse abaixo-assinado e espero que, tanto a Câmara Federal quanto o Senado, cujos presidentes já têm em mãos esta solicitação, possam manter entendimentos com o governo federal, com a presidente Dilma, conseguindo uma decisão muito importante, seja para acabar ou, pelo menos, diminuir os impostos sobre remédios.
É um absurdo – inimaginável mesmo – o cidadão pagar 16% de imposto sobre remédio e 10% de imposto sobre carro.
Na Assembleia Legislativa de São Paulo, eu acredito que todos os deputados concordam com a tese na qual tanto tenho me empenhado: a necessidade, urgente, da desoneração dos medicamentos. O cidadão não sabe que, quando um remédio está custando caro, parte desse custo é representado pela carga tributária. Já se sabe ser o Brasil um dos países que cobra os mais altos impostos do mundo, mas não se pode concordar com a taxação sobre medicamentos. Remédio, afinal de contas, é só como remédio: ninguém toma remédio sem necessidade ou a devida prescrição médica. Também não basta apenas desonerar os remédios de impostos; é preciso também o setor de defesa do consumidor avaliar o quanto custa e por quanto é vendido o medicamento – se a margem de lucro é razoável; caso não seja, que se puna eventual abuso. Se uma pessoa de baixa renda conseguir uma consulta médica, mas tiver de comprar um remédio aos preços absurdos que estão custando hoje,  continuará doente...
              Ao ensejo desse abaixo-assinado apresentado ao presidente da Câmara Federal, Henrique Eduardo Alves e ao presidente do Senado, Renan Calheiros, gostaria de reiterar o meu apelo a Geraldo Alckmin: saia na frente, governador, assuma esta bandeira! Dê, assim, um exemplo ao governo federal e ao próprio Brasil!

Afinal, não bastam médicos, enfermeiros e aparato médico-hospitalar se faltar o medicamento essencial para a cura... 



Welson Gasparini


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