quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

2014 chegou. E agora?




2014, finalmente, chegou. Como todo o novo, traz em si uma carga de esperanças que poderá ser concretizada ou não. Um ano novo melhor depende, apenas, de nós. Sou fã da poesia tão mineira do Carlos Drummond de Andrade, cuja receita de Ano Novo, formulada há não sei quantos anos, continua válida e merece, creio, ser seguida pois depende de ingredientes muito simples para se viabilizar:

“RECEITA DE ANO NOVO

Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)

Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.”


É isto aí: dentro de nós cochila e espera, desde sempre, o Ano Novo melhor por todos nós imaginado. Cabe-nos, agora, enfrentar os desafios de cada novo dia do ano novo – que logo, como tudo mais, também envelhecerá - com o coração aberto, dando sempre o melhor de nós para superar todos os inevitáveis obstáculos ensejados pela própria vida.
O importante é a gente ter metas a cumprir e objetivos a alcançar; um dos meus objetivos como parlamentar, tantas vezes afirmado e reiterado, é a implantação da região metropolitana de Ribeirão Preto. Não é, entretanto, mesmo sendo um dos maiores, o único; também pretendo conseguir a desoneração dos impostos cobrados sobre os medicamentos, totalmente absurdos diante do fato do remédio não ser um luxo ou um capricho mas, sim, necessidade imperiosa ditada pela enfermidade de quem o toma. Vislumbro, ainda, a efetiva internacionalização do aeroporto Leite Lopes e a implantação, no Parque Tecnológico de Ribeirão Preto (projetado quando eu ainda era prefeito da cidade) de complementos como uma segunda FATEC (Faculdade de Tecnologia) e uma unidade da FURP (Fundação do Remédio Popular).
De qualquer maneira, temos que iniciar o ano novo com alguns sonhos e batalhar, no seu transcorrer, para transformá-los em realidades...

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