Sr. Presidente em exercício, nobre deputado
Jooji Hato, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, nós estamos colhendo assinaturas
para apresentar um requerimento nesta Casa para formação de uma Frente Parlamentar
em Defesa do Setor Sucroenergético.
Hoje, Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras.
Deputadas, o setor sucroenergético emprega diretamente dois milhões e meio de trabalhadores,
reúne cerca de 400 usinas, 80 mil fornecedores de cana, e quatro mil indústrias
de base, distribuídos em mais de 600 municípios brasileiros.
Mas a partir de 2007, prefeituras dos
municípios produtores de cana-de-açúcar foram atingidas fortemente pela queda
de arrecadação tributária, em razão da crise que atingiu o setor sucroenergético
e se agravou no ano seguinte, com a crise econômica internacional.
Hoje, as indústrias de base trabalham com
ociosidade de cerca de 50% da sua capacidade produtiva e não há nenhuma
perspectiva de mudança em curto prazo.
Nos últimos meses, o setor apresentou um
quadro que chega a ser assustador, expresso nos seguintes dados: 44 usinas
deixaram de moer cana nas últimas duas safras e mais 10 deixarão de moer na
próxima; 100 mil empregos foram extintos no setor; a desnacionalização
ultrapassa 40% do setor, dados que realmente fazem com que pensemos numa grave crise.
As indústrias da cadeia produtiva não têm
encomendas e trabalham a 50% sua capacidade nominal, enquanto observam a
consolidação dos produtores asiáticos.
Não existem projetos de novas plantas, como demonstra
a carteira de consultas do BNDES.
As dificuldades explicitadas num documento
denominado “Carta de Sertãozinho”, aprovada em recente reunião realizada naquela
cidade, com a participação de lideranças trabalhistas e empresariais, não se
restringem aos produtores, mas a toda uma cadeia produtiva, reunindo
trabalhadores, fornecedores de cana, empresários, prefeitos, vereadores das
cidades produtoras. Pedem ao governo federal medidas urgentes para corrigir
essa grave crise que o setor está enfrentando.
São de duas naturezas os problemas:
conjunturais e estruturais, todos eles requerendo medidas imediatas e
planejadas. Ainda em 2003, quando da segunda reunião da então recém-instalada
câmara setorial do açúcar e álcool, registrou-se em ata o compromisso de
implementar um marco regulatório para o setor. Doze anos depois ainda não
ocorreram iniciativas concretas para concretizá-las.
Diferentemente da Petrobras, a cadeia
produtiva do etanol não tem a mesma capacidade de suportar prejuízos, pois não
dispõe de subsídios e nem é beneficiada por políticas públicas.
A frente parlamentar que, junto com o nosso
colega deputado Roberto Morais, estamos apresentando e colhendo assinaturas
nesta Casa para viabilizá-la, visa levantar os problemas enfrentados pelo setor
sucroenergético e lutar pela sua solução, num esforço comum em prol de uma
energia ecologicamente correta e 100% renovável.
E nisso estamos em apoio àqueles que estão
angustiados, trabalhadores do setor, tanto das usinas como dos fornecedores de
cana, também ao lado dos empresários dessa área, que vivem uma das maiores
crises que sofreram nos últimos anos.
Esperamos que a frente
parlamentar que pretendemos criar nesta Casa em defesa do setor sucroenergético
possa mobilizar essas forças que querem vencer a grave crise que atinge o
setor.
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