Em
artigo publicado sob o título acima, na edição do último dia 26 de julho do
“Diário Oficial do Estado” e também em jornais de Ribeirão Preto e região, fiz as seguintes reflexões sobre o papel de
vanguarda assumido pelo papa Francisco na liderança da Igreja Católica
Apostólica Romana:
"A semana vivida pelo
Papa Francisco no Brasil representou um
verdadeiro marco para o catolicismo pela
clareza, firmeza e cordialidade do sumo pontífice em todos os seus contatos com
os brasileiros de todas as idades. É, realmente, o Papa de um novo tempo para a
Igreja, de uma Igreja mais engajada socialmente e mais identificada com os
problemas do mundo atual.
Se já admirava o Papa
pelo seus exemplos de vida, pela simplicidade que marca o início do seu papado, passei a
admirá-lo mais ainda quando o vi concedendo uma entrevista na qual conceitua o
papel do cristão como elemento transformador da própria sociedade na qual está
inserido. Indagado, nessa entrevista, por alunos de escolas jesuítas sobre o papel político do cristão, assim
Francisco conceituou-o:
“Envolver-se
na política é uma obrigação para um cristão. Nós, os cristão, não podemos fazer
de Pilatos e lavar as mãos, não podemos! Temos de nos meter na política, porque
a política é uma das formas mais altas de caridade, porque busca o bem comum.
Os leigos cristão devem trabalhar na política.”
Sobre a sujeira na
política, Francisco afirmou e questionou: "A política está muito suja, mas eu pergunto: “está suja por que?”
E respondeu com outra
indagação: “porque os cristãos não se
meteram nela com espírito evangélico? É a pergunta que eu faço. É fácil dizer
que a culpa é dos outros... Mas eu, o que eu faço? Isto é um dever! Trabalhar
para o bem comum é um dever do cristão.”
Não é uma beleza a
afirmativa: “trabalhar para o bem comum
é um dever do cristão”?
Percebo, assim, uma
identidade entre o pensamento papal e a filosofia que venho adotando e
preconizando desde o início da minha militância política: o bom não pode se
omitir porque é a omissão do bom que
favorece a ascensão do mau.
O cristão não pode,
pois, agir como Pilatos e lavar as mãos diante das injustiças e dos desmandos,
sejam eles quais forem e venham de onde vierem. O cristão deve, sim, intervir e
agir construtivamente no sentido de ensejar a criação do mundo melhor ao qual
fazem jus todos os habitantes deste planeta.
As lições de Francisco,
as intenções de Francisco, entendo, não
podem se perderem ou permanecerem apenas como intenções; devem, sim, serem
aplicadas com fervor militante pelo verdadeiro cristão que deve, sempre, buscar
o melhor no outro dando o melhor de si...”
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