quinta-feira, 4 de julho de 2013

O clamor dos cidadãos brasileiros


Em discurso que fiz na tribuna da ALESP esta semana, eu chamei a atenção para as manchetes, exaustivamente veiculadas nas últimas semanas, dos jornais de grande circulação do nosso país. Os brasileiros clamam por ações concretas e eficientes! Acompanhem o meu pronunciamento na íntegra:

Verificando, hoje, as grandes manchetes dos jornais, observei: o País, em termos de protestos e paralisações está pegando fogo! Tanto o jornal "O Estado de S. Paulo", como a "Folha de S. Paulo" e o “Globo” mostram como a situação, nesse próximo período, vai ficar ainda pior!
Centrais sindicais ameaçam paralisar as estradas em nosso País. Motoristas param no Recife. Indústria já prevê reduzir a produção. O País nas ruas. A Rodovia Castello Branco fica fechada. Os que estavam em férias foram ao aeroporto e não puderam utilizar as passagens aéreas compradas previamente. Em alguns Estados, por problemas de greve, caminhões interditam estradas. Grupos tentam bloquear ruas e avenidas. Moradores param o Rodoanel.

Não vou continuar a ler as manchetes estampadas nos jornais. Estamos atravessando um momento muito sério; um dos maiores problemas da classe política, hoje muito condenada pela opinião pública, é a falta de uma ação mais positiva neste momento tão importante da vida nacional.

O povo está indo às ruas por um motivo muito lógico: assuntos demoram muito para serem deliberados pelo Congresso Nacional, assembléias legislativas e câmaras municipais. O povo não vê soluções para os problemas e não é somente na esfera política. Há problemas sérios também no Executivo e no Judiciário. Ainda hoje há manchetes nos jornais falando do caso do “mensalão”. Parece que somente no ano que vem haverá uma decisão sobre a culpa ou inocência dos acusados, apesar de já ter havido a sentença. Levará mais um ano para verificar se os recursos procedem ou não.

É muito difícil para o povo, acompanhando tudo isso, aceitar a situação dos governantes e, quando falo em governantes, refiro-me a todos nós que integramos a classe política. Precisamos realmente decidir. Diante da pressão popular, o Congresso Nacional resolveu em uma semana a aprovação de projetos parados há 12 anos. Isso prova que, quando se quer, é possível ser mais ágil nas decisões. É isso que o povo espera dos governantes e nós – aqui da Assembleia Legislativa - também temos nossa responsabilidade.

O ideal seria que cada um fizesse a sua parte. Na Assembleia Legislativa, os líderes de bancadas deveriam fazer uma revisão de nosso comportamento. Quais projetos importantes estão tramitando há muito tempo nesta Casa sem nenhum tipo de solução? Vamos discutir isso e tomar posições; dizer sim ou não a um projeto ou veto, cumprindo nossa obrigação. Tenho certeza de que nossas lideranças saberão agir neste momento tão difícil da vida nacional.

O que podemos fazer para ajudar a compreender esse grito de revolta do povo nas ruas? Temos de entender a importância de fazer a nossa parte. Não podemos legislar na área federal ou na área municipal mas muita coisa pode ser feita nesta Casa. Temos uma quantidade de vetos aguardando apreciação desde o ano 2000. Precisamos dar mais agilidade ao nosso trabalho.

Faço um apelo ao líder da minha bancada e aos líderes de todas as bancadas: vamos discutir objetivamente de que forma a Assembleia Legislativa de São Paulo pode cumprir melhor suas atribuições e agilizar os procedimentos. Da minha parte, estou à disposição para fazer o possível para tornar nossos procedimentos mais ágeis de modo a corresponder ao que o povo espera dos deputados nos quais depositou seu voto nas urnas.

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