Ribeirãopretano, Antonio Ventura nasceu poeta, mas só descobriu sua vocação para a poesia aos 14 anos quando escreveu o seu primeiro poema moderno (“Tédio”). Fez parte do grupo dos chamados “poetas marginais” dos anos 70, quando morou no Rio de Janeiro e vendia seus poemas mimeografados no Teatro Ipanema. Conheci-o, ainda adolescente, quando ele era figurinha carimbada nas premiações do Concurso Literário Dia do Professor, promovido pelo "O Diário" na década de 60, tanto nas categorias conto quanto poesia; como prefeito em meu primeiro mandato tive oportunidade, então, de lhe entregar prêmios que, já então, reconheciam seu mérito como um dos mais destacados discípulos (ao lado de Antonio Carlos Morari, precocemente falecido) do saudoso professor Vicente Teodoro de Souza.
Foi com emoção, recordando-me das agruras por ele vividas na juventude (além de “vendedor” de poemas também foi carteiro, atendente do Fórum e oficial de Justiça) que recebi sua visita, na última sexta-feira (acompanhado de sua esposa, a vereadora Débora, líder da maioria em Mococa) para entregar-me convite para o lançamento, nesta terça-feira (04), na Paraler do Ribeirão Shopping, do livro que sintetiza toda sua obra poética: “O Catador de Palavras”.
É o tipo de livro que recomendo mesmo sem ainda tê-lo lido, porque conheço o seu talento e sempre apreciei sua sensibilidade humana; Ventura – desde quando foi carteiro entregando cartas nas ruas de Ribeirão Preto até chegar a Juiz de Direito – nunca perdeu sua humildade, seu jeito simples de tratar e se relacionar com as pessoas. Além do mais, uma obra recomendada por autores da expressão de Carlos Nejar, Antonio Carlos Secchin, Menalton Braff, Saulo Ramos, Alvaro Alves de Faria e Ferreira Gular dispensa, até, a minha recomendação...
Para definir um poeta ninguém melhor, acredito, de que outro poeta. Transcrevo, pois, a apreciação lúcida de Saulo Ramos, o nosso poeta maior, autor da letra do hino a Ribeirão Preto: “A poesia de Antonio Ventura nasce de envolvente simplicidade, não do poeta desatento ao pôr do sol, mas em gotas de surpresas na forma e nas imagens. Não sei que cor tem a alma. Ninguém sabe. Esse pastor de nuvens consegue, porém, colorir de alma todos os seus versos e se transforma no príncipe das cavalgadas de lágrimas e de sonhos. É poeta”.
Catando palavras, Ventura viveu uma vida realmente venturosa: juiz de Direito aposentado, radicado há mais de 10 anos em Mococa, ostenta, entre suas condecorações mais valiosas o Prêmio Governador do Estado de Conto e Poesia, da secretaria da Cultura do Estado de São Paulo; foi crítico de cinema e teatro da revista “Bondinho”, onde conviveu com grandes jornalistas como Sérgio de Souza (o conhecido “Serjão”, um dos responsáveis pela reforma editorial de O DIARIO na década de 80), Narcisio Kalil, Victor Cervi e João Garcia Duarte Neto (quando este ainda era conhecido como “Sombrero”).
Além de grande poeta, Antonio Ventura é um grande amigo!
Ventura e Débora me convidando para o lançamento de “O Catador de Palavras” |
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