A previsão feita na última quinta-feira, 14,
pelo secretário-executivo do Programa de Parcerias e Investimentos (PPI),
Moreira Franco, é, eu diria, não apenas assustadora, mas, sim, apavorante:
segundo ele, as projeções apontam para um contingente de 14 milhões de
desempregados até o final do ano em curso. “Convivemos com 11 milhões de
desempregados e as projeções apontam para 14 milhões até o final deste ano”,
afirmou o secretário.
Naquele momento, Moreira Franco fez uma
explanação da agenda econômica do governo interino de Michel Temer, em reunião
com empresários do setor industrial na sede da Federação das Indústrias do
Estado de São Paulo (Fiesp). Ainda segundo ele, o maior problema que o Brasil
enfrenta é de ordem econômica, tudo isto em decorrência dos desacertos do PT
nos 13 anos nos quais dominou e aparelhou o próprio governo com seus
militantes.
Infelizmente, assim sempre acontece: quando o
governante falha, quem paga a conta é o povo. E quem, atualmente, está sofrendo
os efeitos dessa deterioração da economia é o desempregado brasileiro; o
cidadão que perdeu, talvez, sua única fonte de renda e não tem, sequer,
perspectiva de recuperá-la a curto prazo.
Em pronunciamentos feitos na tribuna da ALESP eu
citei, várias vezes, a frase do Papa Francisco na qual ele proclama a política
como “uma das formas mais altas de caridade, porque busca o bem comum”.
Essa busca do “bem comum”, lamentavelmente
esteve ausente dos governos petistas que se preocuparam, tão somente, com o bem-estar
dos “seus” e não dos milhões de brasileiros ora enfrentando seu mais dramático
pesadelo: o desemprego. Aos 11 milhões já detectados no último levantamento do
IBGE somar-se-ão, até o final deste 2016, mais três milhões: é como se toda a
população de São Paulo, bem comparando, estivesse desempregada!
O que é pior: a praga do desemprego não poupa
nem o trabalhador extremamente qualificado e nem aquele sem qualificação
alguma. Gerar empregos é, a meu ver uma tarefa crucial; o Brasil precisa,
urgentemente, sair da letargia na qual se encontra com a devolução da confiança
ao empreendedor. Não basta ao governo, portanto, apenas aumentar a
transparência, agilidade e consistência técnica e política para as decisões de
investimentos em infraestrutura e parcerias com o setor privado; ele precisa,
igualmente, criar um ambiente de estabilidade e segurança para os investidores.
O problema do desemprego, reitero, é de natureza
econômica, mas, sobretudo, social... o desempregado torna-se um peso não apenas
para sua família como, também, para a própria sociedade; como não ganha, não
pode consumir ou gerar tributos.
Gostaria, sinceramente, de ouvir, do porta-voz
do governo, outro tipo de previsão: a de aumento do nível de emprego e não da
redução dos postos de trabalho. O desempregado não pode ser visto, além do
mais, apenas como um dado estatístico, mas sim, como ele realmente é: um
brasileiro buscando oportunidade de exercer sua cidadania sendo útil a si mesmo,
ao seu país e a sua família!